Autor: Lusa/AO online
A conclusão consta de um artigo publicado na revista Science da responsabilidade dos investigadores Phillis Coley e Thomas Kursar, da Universidade de Utah, nos Estados Unidos.
Os investigadores sustentam que muitas espécies de plantas podem concentrar-se em pequenas porções de terra nos trópicos porque as suas defesas estão muito sintonizadas pelas interações com os insetos que as devoram.
Em contrapartida, nas regiões temperadas, realçam, as plantas, em geral, não enfrentam tanta pressão dos insetos herbívoros e de doenças.
Segundo a mesma dupla de investigadores, a necessidade de as plantas, nos trópicos, se defenderem dos insetos e dos agentes patogénicos pode ser a força que impulsiona a evolução das plantas e a variação resultante dos genes defensivos poderá levar ao aparecimento de novas espécies nas comunidades de plantas tropicais.
Um exemplo disso são as árvores do género Inga, que tem mais de 300 espécies, das quais 45 coexistem em 25 hectares.
"Nestas, como em todas as outras árvores tropicais, 75 por cento do dano causado por herbívoros durante a vida da planta ocorre nas poucas semanas de expansão das folhas, quando estão tenras e têm um alto teor de proteína", refere a Science.
De acordo com os cientistas, as folhas das árvores do género Inga, para se defenderem, "produzem uma variedade de compostos químicos e também têm nectários extra-florais que fabricam açúcar, com o qual atraem as formigas predadoras, que funcionam como guarda-costas contra os herbívoros".
Um hectare de bosques tropicais pode ter mais de 650 espécies de árvores, segundo os investigadores.