Autor: Lusa/AO online
O apelo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) é feito por ocasião do 24.º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança, em muitos países celebrado como o Dia Universal da Criança.
Num comunicado, a UNICEF destacou a importância de “não deixar que a violência contra as crianças, muitas vezes escondida, continue a passar despercebida”.
“Demasiadas vezes, os abusos acontecem à porta fechada: sem serem detetados, denunciados ou – pior ainda – muitas vezes são aceites”, disse Anthony Lake, diretor-executivo da UNICEF, citado na mesma nota informativa.
Nesse sentido, a organização das Nações Unidas lançou um apelo à sociedade em geral para combater este flagelo que afeta milhões de crianças no mundo.
“Todos nós temos a responsabilidade de ‘tornar visível o invisível’, desde os governos, que devem promulgar e aplicar legislação que proíba a violência contra as crianças, até ao cidadão comum, que deve recusar ficar em silêncio quando testemunha ou suspeita de abusos”, reforçou o responsável.
A organização internacional recordou que a violência contra crianças assume muitas formas, incluindo a violência doméstica, o abuso sexual ou práticas disciplinares severas, situações que ocorrem frequentemente em situações de guerra ou de conflito.
“A violência contra crianças não prejudica apenas a criança sobre a qual é exercida, mas mina todo o tecido social, afetando a produtividade, o bem-estar e a prosperidade”, defendeu Anthony Lake, reforçando que “nenhuma sociedade se pode permitir ignorar a violência contra as crianças”.
Como alternativa, a UNICEF destacou algumas abordagens que podem funcionar como medidas de prevenção: o apoio aos pais, às famílias e a outras pessoas que cuidam das crianças, o reforço das competências das crianças para que saibam como proteger-se da violência, o reforço e a aplicação de políticas e leis que protegem as crianças, e um trabalho direcionado para a mudança de atitudes e normas sociais que toleram a violência e a discriminação.