Autor: Lusa / AO Online
"Vivemos uma grande aflição", desabafou Fernanda Madeira, uma das funcionárias do lar da Misericórdia, que se encontrava na cozinha quando deflagrou o fogo, na zona dos quartos.
"Vi as chamas e o fumo preto a saírem pela porta e pelas janelas e quando fui para chegar ao telefone para ligar aos bombeiros já não consegui", descreveu à Lusa, de forma emotiva.
Os primeiros momentos do incêndio para Fernanda Madeira foram acompanhados de uma “grande agitação”.
"Toda a gente pode calcular qual é a agitação quando começamos a ver tudo preto e cheio de chamas". É uma aflição muito grande. Só quem passa pelas coisas é que sabe. Quem não passa, não faz ideia", desabafou.
Ao longo da manhã, os idosos, quase todos em cadeiras de rodas e agasalhados com mantas e casacos, foram evacuados e concentrados numa igreja, adjacente ao lar, de onde foram transportados para o hospital da cidade, tendo oito deles sido depois transferidos para Beja e dois para Lisboa.
Além do corrupio de ambulâncias, também muitos populares, e não apenas familiares dos idosos, presenciaram junto à igreja toda a operação de socorro.
Para o autarca de Serpa, João Rocha, o incêndio, que causou três mortos, ainda podia ter tido consequências mais graves.
"O lar ficou muito destruído. Podia ter sido muito pior", frisou, lembrando que a instituição acolhia 102 idosos.
Também presente no local, o Governador Civil de Beja, Manuel Monge, elogiou a prontidão dos meios de socorro, o que, segundo ele, "evitou uma tragédia maior".
"Podia ter sido mais terrível", desabafou, relatando que no interior do edifício encontravam-se oito idosos acamados, tendo as chamas calcinado várias cadeiras de rodas.