Açoriano Oriental
NATO
Suécia reconhece ser provável que Finlândia adira primeiro

O primeiro-ministro sueco reconheceu hoje que a probabilidade de a Finlândia entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) antes da Suécia é grande, principalmente face às objeções da Turquia à adesão de Estocolmo.

Suécia reconhece ser provável que Finlândia adira primeiro

Autor: Lusa/AO Online

“A probabilidade de a adesão acontecer em ritmos diferentes é alta”, afirmou o conservador Ulf Kristersson em conferência de imprensa hoje realizada.

“Isso tornou-se claro nas últimas semanas [porque] o parceiro turco deu a entender que está pronto para [aceitar] a Finlândia, mas não a Suécia”, disse.

Os dois países nórdicos são candidatos à NATO desde há um ano, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, e ainda esperam tornar-se membros da organização até à próxima cimeira da NATO, marcada para julho em Vilnius, Lituânia.

No entanto, embora o caminho de Helsínquia se mostre aberto e desimpedido, a adesão de Estocolmo tem contado com a resistência da Turquia (cada Estado tem poder de veto), que critica a Suécia por, entre outros aspetos, não extraditar indivíduos acusados de pertencerem a organizações curdas declaradas pelas autoridades turcas como grupos terroristas.

A posição agravou-se depois de se ter registado um incidente diplomático em janeiro, quando um extremista queimou o Alcorão, o livro sagrado do Islão, em Estocolmo, provocando a suspensão das negociações durante várias semanas.

A Hungria e a Turquia são os únicos membros da Aliança Atlântica que ainda não ratificaram a entrada dos dois países nórdicos, mas, no caso de Budapeste, a razão é apresentada como uma questão de solidariedade para com a Turquia.

Ainda assim, o parlamento húngaro começou a examinar a questão no início deste mês, com o apoio do Governo do primeiro-ministro, Viktor Orbán, sendo que a NATO espera que daí advenha uma “decisão rápida”.

As perspetivas em relação a uma mudança de posição da Turquia são muito mais incertas, já que o Presidente cessante, Recep Tayyip Erdogan, no poder há 20 anos, vai concorrer a um novo mandato nas eleições de 14 de maio.

A esperança da Suécia é que o caminho para a NATO se abra após as eleições na Turquia, onde a oposição apresenta um candidato unido contra Erdogan.

Os restantes Estados-membros assinaram o acordo para a entrada da Suécia e da Finlândia em 5 de julho de 2022, mas o processo de adesão só ficará concluído quando todos os Estados ratificarem o protocolo.

“A Turquia acha que nós ainda não percorremos todo o caminho”, explicou hoje o negociador sueco Oscar Stenström.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, mencionou, pela primeira vez, em fevereiro, a possibilidade de adesão dos países em duas etapas.


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