Autor: Rafael Dutra
O Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA) contestou, esta quarta-feira, após plenário sindical com as educadoras das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da ilha Terceira, o Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) que foi acordado entre a União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores (URIPSSA) e o Sindicato Democrático Professores dos Açores (SDPA).
Neste plenário sindical, o SPRA aprovou, por unanimidade, uma moção que foi entregue ao presidente da URIPSSA no Centro Cultural de Angra do Heroísmo, onde decorria o I Encontro Regional das IPSS.
Neste documento, o sindicato exige “uma efetiva aproximação dos horários de trabalho aos dos seus colegas do setor público, bem como, o reconhecimento do desgaste físico e psíquico da profissão e a sua materialização nas condições de trabalho”.
Segundo nota de imprensa enviada à comunicação social, neste encontro, que foi “bastante participado”, foi realçado que este acordo se distancia, no que diz respeito aos “horários de trabalho e o reconhecimento do desgaste físico da profissão”, da proposta “apresentada em sede de negociação pelo SPRA”.
Este sindicato, após reunir-se e ouvir os seus associados e as educadoras noutros plenários a realizar nas outras ilhas, sublinha que irá “apresentar uma contraproposta de CCT a negociar com a URIPSSA”.
Segundo o SPRA, as educadoras também manifestaram o seu desagrado face às recentes declarações do presidente da URIPSSA referentes à proposta de alteração de Lei “que determina as condições de abertura e funcionamento da valência de creche, nomeadamente a substituição das educadoras por um profissional de outra área científica”, é possível ler em comunicado de imprensa do SPRA.
Recorde-se que esta semana a URIPSSA indicou que vai propor ao Governo Regional dos Açores que seja possível abrir creches sem educadores de infância, devido à falta de profissionais.
A
informação foi avançada pelo presidente da URIPSSA, que revelou, em
declarações aos jornalistas, que vai propor ao executivo açoriano que
“não seja obrigatório ter uma educadora de infância” nas creches e que
se possa ter, em alternativa, “uma educadora social, uma socióloga ou um
psicólogo”.
“Estamos a propor que possa haver uma alteração, visto
que há essa falta de mão de obra de educadoras de infância”, justificou
João Canedo, à margem da sessão de abertura do I Encontro de IPSS dos
Açores, na Praia da Vitória.