Autor: Lusa/Ao online
As alterações climáticas potenciam os desastres naturais, como expressou no passado dia 02 de dezembro, na abertura dos trabalhos da 24.ª conferência da ONU para o clima (COP24), na cidade polaca de Katowice, a secretária executiva das Nações Unidas para a Mudança do Clima.
Patrícia Espinosa alertou que os impactos das alterações climáticas “nunca foram tão graves”, razão pela qual devem levar a comunidade internacional a “fazer muito mais” para contrariar a situação.
No registo dos mais importantes desastres naturais registados em 2018, de entre os vários sismos ocorridos este ano, um de magnitude 7,5 atingiu a costa da Celebes e causou um tsunami que atingiu algumas das principais localidades desta ilha indonésia, a 28 de setembro.
De acordo com os dados oficiais, 2.256 pessoas morreram devido a este desastre natural que também deixou 1.309 desaparecidos. Mais de 200 mil foram pessoas deslocadas devido ao sismo e tsunami e precisaram de ajuda humanitária, segundo a Cruz Vermelha.
Em outubro, após o sismo e tsunami, o vulcão Sotupan entrou em erupção nas Celebes e as autoridades estabeleceram um raio de segurança de quatro quilómetros ao redor da cratera.
Em novembro, outro sismo com uma magnitude de 6,6 atingiu a ilha de Hokkaido, no Japão, e fez pelo menos 42 mortos. Este sismo foi o último de uma série de catástrofes naturais a atingir o Japão nos últimos meses, nomeadamente vários tufões (entre os quais os fortíssimos tufões Jebi e Trami) e chuvas torrenciais que provocaram mais de duas centenas de mortos em julho.
Na Nigéria, as autoridades locais afirmaram que 100 pessoas morreram devido às inundações provocadas pelas chuvas fortes que se fizeram sentir no país em meados de novembro. Algumas das áreas mais afetadas situam-se ao longo do rio Níger.
A Itália e a França também foram atingidas por fortes chuvas e inundações durante o ano, deixando dezenas de mortos, feridos e muitos danos materiais.
Mais de 90 pessoas morreram no incêndio que atingiu a península Ática, na Grécia, a 23 de julho, e dezenas ficaram feridas, nomeadamente na estância balnear de Mati.
Os especialistas inspecionaram mais de 3.000 casas afetadas pelos incêndios, das quais mais de 900 foram declaradas em ruínas e outras 800 temporariamente inabitáveis, de acordo com dados do Ministério da Infraestrutura grego.
Sete países da União Europeia, incluindo Portugal (com dois aviões médios anfíbios disponibilizados pelo Governo português), uniram-se aos esforços para ajudar a combater os incêndios na Suécia, em julho, que atingiram uma área total de 25 mil hectares (250 quilómetros quadrados).
No início de novembro, entre os vários incêndios que atingiram a Califórnia, nos Estados Unidos, um deixou cerca de 90 mortos e destruiu a vila de Paradise, que tinha 27 mil habitantes, no norte do Estado. O fogo destruiu mais de 13 mil casas no norte da Califórnia e consumiu cerca de 620 quilómetros quadrados de mato e madeira.
Entre os vários furacões que ocorreram no Atlântico, o Presidente norte-americano, Donald Trump, visitou em setembro as zonas do sudeste dos Estados Unidos devastadas pelo furacão Florence, que fez mais de 30 mortos.
Os Estados Unidos também foram atingidos pelo furacão Michael, em outubro, que deixou à sua passagem um cenário de devastação na Florida e fez pelo menos 17 mortos. Para trás, no seu percurso nas Caraíbas, o furacão provocou 13 mortos em El Salvador, Honduras, Nicarágua e destruição extensa em Cuba.
Em outubro, o furacão Leslie causou muitos danos materiais, inclusivamente na região central de Portugal, onde centenas de milhares de pessoas que ficaram temporariamente sem luz elétrica.
As autoridades filipinas disseram que, em meados de setembro, no norte do país, mais de 80 pessoas morreram e outras 70 foram dadas como desaparecidas na sequência do tufão Mangkhut, que deixou um rasto de destruição em vários países no Pacífico.
Na temporada de tufões no Pacífico, o tufão Mangkhut na China afetou sobretudo a província de Guangdong, no sul, onde pelo menos quatro pessoas morreram e 2,5 milhões tiveram de ser realojadas. A região administrativa de Macau também foi afetada pelo tufão, com registo de 40 feridos.
Já o tufão Yutu, deixou também vários mortos e destruição nas ilhas Marianas do Norte, no Pacífico, em outubro. Pelo menos quatro pessoas morreram na sequência da passagem deste mesmo tufão pelas Filipinas e provocou vítimas e danos materiais consideráveis em outros países.
A erupção do vulcão de Fogo, na Guatemala, em junho provocou 194 mortos e afetou mais de 1,7 milhões de pessoas. Outras 234 pessoas estão dadas como desaparecidas pelas entidades oficiais, mas as organizações que dão apoio às comunidades locais continuam a insistir que o número de desaparecidos supera os milhares. Em novembro, o vulcão voltou a entrar em atividade.
Em 2018, houve ainda erupções no Hawai, onde o vulcão Kilauea entrou em erupção em maio provocou o deslocamento de mais de 10 mil pessoas e destruiu dezenas de estruturas, nomeadamente habitações.