Autor: AO Online/ Lusa
Esta manhã, em frente à entrada da praça de touros e sala de espetáculos do Campo Pequeno, várias dezenas de caixas pretas, usadas para guardar o material dos técnicos de palco e assistentes de espetáculos, alinhavam-se em longas filas, erguidas ao alto, identificadas com o nome das muitas empresas ali presentes, todas elas fechadas, numa imagem de imobilidade que é o retrato do momento que atravessa o setor.
Os técnicos estavam no interior da praça, sentados nas cadeiras ali colocadas à distância regulamentar exigida pela Direção-Geral de Saúde (DGS), para ouvir intervenções de artistas, representantes associativos e promotores de festivais, a traçarem uma imagem de crise e a apelarem para medidas urgentes do Governo que não deixem morrer a cultura em Portugal.
“É uma situação muito trágica, porque deixámos de estar presentes no discurso, aliás nunca o estivemos, e é preciso [saber] se o Governo e os decisores políticos assumem que destroem a cultura num país, a identidade de um país, centenas de milhares de empregos, de vidas”, disse à Lusa Sandra Farinha, da direção da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE).