Açoriano Oriental
Seis em cada dez portugueses favoráveis ao trabalho a tempo parcial
Seis em cada dez inquiridos num estudo promovido pela Associação Portuguesa das Famílias Numerosas (APFN) mostraram-se favoráveis ao trabalho a tempo parcial, um número que sobe para 92% no caso de famílias com três ou mais filhos.
Seis em cada dez portugueses favoráveis ao trabalho a tempo parcial

Autor: Lusa/AO online

A realização do estudo foi motivada pelo anúncio do Governo de querer instituir o trabalho a tempo parcial com compensação remuneratória, através de verbas comunitárias, explica a associação em comunicado.

Segundo o inquérito realizado pela Netsonda em todo o país, 61% dos inquiridos mostrou-se favorável ao trabalho a tempo parcial e 70% afirmaram que aderiam a esta medida.

Nas famílias com três ou mais filhos, 92% disseram concordar com esta medida e 88% disseram que aderiam ao trabalho a tempo parcial.

Por outro lado, 46% dos portugueses consideraria ter mais filhos, na sequência da aplicação desta medida.

A grande maioria dos inquiridos (88%) vê o trabalho a tempo parcial como um meio para um melhor exercício da maternidade ou paternidade, 85% consideram que aumenta a qualidade de vida e 63% pensam que aumenta a produtividade, com a melhoria dos níveis de motivação.

Dos inquiridos que disseram que aderiam a esta medida, 52% aceitaria uma redução no salário.

O estudo refere que 45% dos inquiridos gostava de reduzir o horário de trabalhão em duas horas e 40% utilizariam a medida até os filhos completarem 12 anos.

As mulheres manifestam-se mais adeptas desta medida do que os homens, tanto no caso de não terem filhos ou de terem um ou dois filhos (75% das mulheres, contra 65% dos homens), como nas famílias com três ou mais filhos (93% das mulheres versus 79% homens).

De acordo com o inquérito, as mulheres estão mais dispostas do que os homens a aceitarem uma redução de salário.

Para o sucesso da medida, os inquiridos mencionam a existência de filhos com necessidades especiais como um fator de relevância acrescida na aplicação da medida (88%), bem como a garantia de que o benefício não possa ser utilizado para receber a compensação e trabalhar noutro local (75%).

Foram ainda referidos como fatores críticos do sucesso da medida a idade e o número de filhos, para a aferição das horas que seja possível reduzir. Estes indicadores aparecem pontuados com maior relevância nas famílias com três ou mais filhos.

Os inquiridos consideram que devem ser acautelados alguns riscos, como o despedimento (referido por 48%), a estagnação na carreira (36%) e a discriminação no trabalho (34%).

O estudo foi realizado entre 09 e 21 de outubro de 2013, tendo sido feitas 304 entrevistas online junto do Painel Netsonda e 1.031 entrevistas aos associados da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas.

Segundo o estudo, “existe convergência entre os dois targets em todos os indicadores analisados”.

“As famílias com mais filhos são mais preponderantes na valorização da medida quanto às consequências da melhoria do exercício da maternidade/paternidade e da qualidade de vida e o Painel Netsonda mostra-se mais preponderante na possibilidade de ter mais filhos em consequência do incentivo ao trabalho a tempo parcial”, acrescenta.

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