Açoriano Oriental
O outro lado do candidato
“Se não estou a aprender qualquer coisa sinto que estou a perder tempo” - José Azevedo

José Azevedo tem 58 anos e é professor universitário na área da Biologia. É candidato do Livre e cabeça-de-lista por São Miguel, bem como pelo Círculo de Compensação, nas eleições regionais do próximo dia 25 de outubro.


Autor: AO Online

Que livro ou livros tem atualmente na mesa de cabeceira ? Qual o seu género literário preferido?

Tenho sempre uma pilha de livros físicos à cabeceira. Nos últimos anos tenho sobretudo lido não-ficção: ensaios sobre as causas e consequências das catástrofes climática, ecológica e social em curso (leituras deprimentes mas necessárias) e sobre as alternativas de intervenção política (o que me dá energia e ideias de ação). Como ando em viagem, neste momento à cabeceira só tenho “Money”, de Geoffrey Ingham. Já o li e agora estou a fazer o resumo, uma prática que tenho quando os livros têm matéria importante que quero reter.
Também leio poesia, e procuro a que me traz reflexões sobre a vida em sociedade e sobre a relação com a natureza.

Que série televisiva anda a ver? Porquê?

Vejo muito pouca televisão, e nunca vejo séries. Se não estou a aprender qualquer coisa sinto que estou a perder tempo.

Qual o filme da sua vida?

Não tenho. A minha vida foi marcada por livros, não por filmes. Era um leitor voraz mas desacompanhado, em miúdo. Na minha adolescência religiosa cheguei a acreditar que a Bíblia era o livro da minha vida. Agora sei que o livro da minha vida é o próximo que vou ler e vai fazer aquele clique e encaixar várias peças dos meus puzzles mentais.

Que música não lhe sai da cabeça?

Nenhuma em especial. Assobio e trauteio muito, mas vario o reportório.

Banda ou músico preferido?

Gosto de jazz. Dou por mim muitas vezes a ouvir Pink Martini.

Como ocupa os seus tempos livres?

A ler e em atividades familiares. Leio sempre que posso e onde posso. Uma das coisas boas dos livros eletrónicos é a função de leitura automática, que nos permite “ler” enquanto lavamos a loiça ou damos um passeio. Já quanto à família, qualquer atividade é boa para estarmos juntos.

É adepto de atividade física, por gosto ou por obrigação ?

Gosto de ter uma vida fisicamente ativa. Para além de momentos específicos de preparação física, desloco-me de bicicleta sempre que posso (ver abaixo), nado no Pesqueiro à hora de almoço, e entretenho-me no meu mini-micro-quintal.

Qual o seu clube do coração?

Desde pequeno que nunca percebi porque é que tantas pessoas não conseguem encarar o desporto como um prazer. Jogar à bola na rua (no tempo em que ainda se jogava à bola na rua) era um sofrimento não apenas por eu ser uma nulidade, mas sobretudo pelas zangas frequentes entre os jogadores de calções e joelhos esfolados.
Não tenho clube e, dado tudo o que já sabemos sobre os clubes, ficaria muito contente se eles desaparecessem na sua atual forma.

Que tipo de pessoa é ao acordar?

Acordo sempre cedo, ativo e bem disposto. Mas não contem muito comigo para serões...

Quem cozinha lá em casa?

Ultimamente sou mais eu. A minha mãe surpreende-se.

Prefere escrever com caneta ou teclado?

Escrevo sempre um primeiro rascunho a lapiseira, num caderno sem linhas, e faço a revisão quando passo para o computador. Funciona melhor com a minha mente agitada e visual.

Quem faz as compras domésticas?

Ao Mercado da Graça costumo ir eu, de bicicleta. Coisas do supermercado vou com a minha mulher, até porque não me entendo com cartões e descontos. (ou melhor, tenho objeções políticas a esses esquemas, mas não lhe digam)

Como se desloca para o trabalho?

Cada vez me faz mais impressão a forma como a nossa paisagem e as nossas cidades e vilas são desenhadas para os automóveis e colonizadas por eles - e de como a dependência do carro agrava as desigualdades sociais.
Vim para os Açores para ter qualidade de vida, e tive o privilégio de poder comprar uma casa perto do trabalho. Vou trabalhar de bicicleta, se está bom tempo, a pé se está a chover. É logo ali…
Gostava que todos pudessem dizer o mesmo.

Cidade que mais gostou de visitar e porquê?

Hiroshima. Marcou-me pelo que simboliza do pior da humanidade e pela consciência aguda de que pode acontecer outra vez, a qualquer momento e por razões ainda mais triviais.

Quantas vezes por dia consulta as redes sociais?

Sobretudo ao fim do dia, exceto como canais de comunicação.

Que importância dá às redes socais?

Para mim são em primeiro lugar instrumentos de comunicação. Contacto com amigos, colegas e camaradas por diferentes canais. Mas são também fonte de informação, que podemos adequar ao que nos interessa.

Qual é o seu principal defeito?

Querer dar passos maiores que a perna.

E a principal virtude?

Empatia.

O que é mais importante na sua vida?

A minha família direta, sem hesitação, começando pelos meus filhos, pela ordem natural da vida. Eles, simbolizando os filhos de todos nós, são o que me mobiliza a intervir politicamente.





















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