Açoriano Oriental
Santana Lopes aconselha decisores políticos a ouvirem quem está no terreno
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa sente que, muitas vezes, quem decide não conhece as consequências das suas decisões e aconselha-os a ouvir quem está no terreno a atender aos mais atingidos pela crise.
Santana Lopes aconselha decisores políticos a ouvirem quem está no terreno

Autor: Lusa/AO Online

 

Em entrevista à agência Lusa, a propósito dos dois anos de mandato como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes diz esperar que o Orçamento do Estado para 2014 seja “o último dos tais orçamentos necessários”.

“Se me pergunta se eu acho que é o orçamento necessário, não sei. Espero que seja o último dos tais orçamentos necessários porque por vezes o que se sente é que quem decide não conhece suficientemente as consequências das decisões que toma. Isso por vezes é manifesto”, considera.

Nesse sentido, defende que “algumas decisões não existiriam” se os decisores políticos conhecessem as consequências das decisões que tomam nas “pessoas que já estão profundamente carenciadas”.

Admite mesmo que há uma falta de conhecimento da realidade, apesar de ressalvar que não se está a referir a ninguém em particular, dando como exemplo que desde que está à frente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa conhece determinadas realidades “de uma maneira muito diferente”.

“Seria bom que o poder pudesse ouvir mais quem está mais perto das vítimas maiores desta situação que nós vivemos”, defende.

Santana Lopes justifica esta necessidade com o facto de “determinados níveis de poder” estarem longe da realidade diária do cidadão comum.

Defende, por outro lado, que o provedor da Santa Casa “não se deve meter demais no debate político”, mas admitiu ficar “contente” quando ouve alguns deputados defenderem a taxação das Parcerias Público Privadas (PPP) para aliviar a carga dos impostos sobre o rendimento, “nomeadamente das pessoas que menos rendimentos têm”.

“Mas enfim, já fui primeiro-ministro, sei o quão difícil é fazer um orçamento em tempo de crescimento, quanto mais em tempos crise profunda como esta”.

 

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