Açoriano Oriental
Relatório sobre passagem do furacão Lorenzo aprovado em comissão

O relatório do grupo de trabalho criado no parlamento dos Açores para acompanhar a recuperação dos danos causados pelo Furacão Lorenzo foi hoje aprovado, por maioria, e conclui que o trabalho de avaliação deve ser continuado na próxima legislatura.

Relatório sobre passagem do furacão Lorenzo aprovado em comissão

Autor: Lusa/AO online

O documento, que foi hoje votado em reunião do grupo que acompanha a matéria e, posteriormente, na Comissão Permanente de Economia, acolheu os votos favoráveis do PS e do BE, contra do PSD e a abstenção do CDS-PP.

Em declaração política, o deputado Luís Garcia, do PSD, considerou que este é “um relatório de atividade do Governo Regional e não propriamente do grupo de trabalho” e categoriza-o como “parcial” e “pouco democrático”, já que se limita a “descrever, e, nalguns domínios, de forma seletiva, a atividade do governo e não há contraditório”.

André Rodrigues, deputado socialista e coordenador do grupo, afirma por seu turno que o documento “faz a síntese da avaliação e do acompanhamento que foi pedido na resolução que foi aprovada” e aponta para constrangimentos de tempo, bem como para a extensão do objeto analisado.

Já o CDS-PP teria “escolhido uma outra estrutura”, uma vez que o documento “não reflete de forma exaustiva o trabalho desenvolvido”, omitindo o trabalho dos deputados e dos vários agentes que foram ouvidos nos trabalhos parlamentares, e destacou que as alterações sugeridas, que foram acatadas, “melhoraram significativamente” o documento, afirmou o centrista Alonso Miguel.

Também o Bloco de Esquerda lamentou a falta de tempo para analisar o texto, mas, vendo aceites as sugestões apresentadas, votou favoravelmente a um relatório que, de “forma genérica, cumpre grande parte dos objetivos”, declarou o líder parlamentar bloquista, António Lima.

O representante do PPM no parlamento açoriano, Paulo Estêvão, que não tem direito a voto mas participou nos trabalhos, lamentou a falta de referência ao “falhanço tremendo” do Governo Regional “no abastecimento à ilha das Flores, antes do fretamento do navio Malena” e ao facto “inaceitável de que, passado um ano, o dispositivo de abastecimento marítimo ainda esteja a funcionar com fortes condicionalismos” na ilha do Corvo.

Esta foi uma matéria que, por sugestão do CDS-PP, entrou na redação final, onde se lê que, “sem prejuízo de terem sido encontradas soluções para garantir o abastecimento de mercadorias e bens essenciais à ilha do Corvo, nomeadamente por via aérea, não foi ainda possível encontrar uma solução que permita normalizar o abastecimento por via marítima, especialmente no que se refere ao período de inverno”.

“Será, por isso, essencial que se consiga a substituição do atual navio ou que se recorra/subcontrate outros navios durante o período de inverno, providenciando mais regularidade e fiabilidade ao modelo e à economia da ilha do Corvo”, concretiza o ponto 37.

O extenso documento, a que a Lusa teve acesso, apresenta 41 conclusões, sendo a última aquela que foi mais destacada e que recomenda que o “acompanhamento e avaliação dos impactos e consequências diretas e indiretas da passagem do Furacão Lorenzo, devem-se consubstanciar na prossecução do grupo de trabalho na próxima legislatura”, subsequente às eleições regionais de outubro.

É ainda referido que as maiores empreitadas de recuperação “terão impacto em vários anos civis” e que o contexto de pandemia atrasou alguns dos procedimentos necessários.

A passagem do furacão Lorenzo pelos Açores, em outubro de 2019, causou a destruição total do porto das Lajes das Flores, que deverá ser reconstruído a partir de 2021.

Durante a passagem do Lorenzo foram registadas 255 ocorrências e 53 pessoas tiveram de ser realojadas.


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