Autor: Lusa
"Após recebimentos iniciais em 2019, a Região Autónoma dos Açores tem suportado todas as intervenções realizadas recorrendo a recursos próprios desde 2021, solicitando ao Governo da República o reembolso do apoio financeiro previsto na Resolução do Conselho de Ministros n.º 180/2019, de 8 de novembro", lê-se numa nota de imprensa divulgada no 'site' oficial do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).
A passagem do Lorenzo, na madrugada de 02 de outubro de 2019, provocou 255 ocorrências, sobretudo nas ilhas dos grupos Central e Ocidental, obrigando ao realojamento de 53 pessoas, 44 das quais na ilha do Faial.
O furacão destruiu o molhe do porto das Flores, o único porto comercial da ilha, que voltou a ser afetado, em dezembro de 2022, devido à passagem da tempestade Efrain.
Em setembro de 2021, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro (PSD), revelou que escreveu ao primeiro-ministro para que o Governo da República (PS) reconhecesse em 313,3 milhões de euros a totalidade dos prejuízos do Lorenzo, aumentando a sua comparticipação.
Em causa estava um despacho do gabinete do primeiro-ministro, António Costa, publicado em 08 de setembro, que estipulava o pagamento de 85% dos apoios “necessários à cobertura de danos e prejuízos” causados pelo furacão, “até ao limite máximo de 198 milhões de euros”, quando antes se tinha comprometido a suportar 85% dos danos.
Segundo a nota publicada na quinta-feira no 'site' oficial do governo açoriano, o ministro das Infraestruturas e Habitação, João Galamba, vai deslocar-se à região ocorrer entre domingo e segunda-feira.
A visita do ministro envolve "uma deslocação à ilha das Flores e à ilha de São Miguel" com o intuito de realização, ‘in loco’, de "um ponto de situação detalhado relativamente às intervenções para recuperação dos estragos causados pelo furacão Lorenzo".
"O programa de trabalho engloba a visita a infraestruturas afetadas por aquele fenómeno meteorológico, incluindo ao porto das Lajes das Flores", acrescenta o executivo.
O Governo Regional adianta que serão também realizadas "reuniões de trabalho tendo em vista a análise ao muito e complexo trabalho que há ainda por fazer, bem como ao grau de concretização do indispensável apoio solidário prometido pelo Governo da República, que mantém atrasos significativos no respetivo cumprimento".
O executivo do arquipélago sublinha que a visita de João Galamba surge na sequência de um "convite endereçado" por José Manuel Bolieiro.
O Governo dos Açores lamenta e repudia "o inqualificável aproveitamento político que deputados do PS/Açores, em particular Vasco Cordeiro, estão a fazer da deslocação do ministro das Infraestruturas à região".
"Vasco Cordeiro e o PS/Açores prestariam um melhor serviço aos Açores e demonstrariam maior respeito pelos habitantes das nossas nove ilhas se utilizassem a sua suposta influência para resolver várias situações pendentes entre a região e a República, que penalizam muito negativamente a vivência diária dos açorianos", lê-se na nota.
Na quinta-feira, o presidente do PS/Açores e líder parlamentar socialista, Vasco Cordeiro, disse que “o Governo da República demonstra empenho neste processo, mas é preciso que a região execute rapidamente a sua parte, de forma a que a porção da ajuda financeira da República chegue aos Açores e ajude a restabelecer a normalidade no porto das Lajes das Flores”.
Após uma visita ao porto das Lajes das Flores, no âmbito das jornadas parlamentares do PS/Açores, Vasco Cordeiro (que foi presidente do Governo Regional), sublinhou ainda que a presença do ministro das Infraestruturas é “bem demonstrativa do empenho que o Governo da República demonstra para com os Açores, do reconhecimento desta infraestrutura para a região e para a ilha das Flores em concreto, e da sua vontade de ajudar à reconstrução deste porto”.