Açoriano Oriental
Ponta Delgada cria núcleo de intervenção para mais de 300 sem-abrigo

Autarquia detetou um aumento de pessoas sem-abrigo nas freguesias citadinas, avançando por isso com uma intervenção “articulada” para responder ao problema

Ponta Delgada cria núcleo de intervenção para mais de 300 sem-abrigo

Autor: Carolina Moreira

A Câmara Municipal de Ponta Delgada anunciou ontem a criação do Núcleo de Planeamento e Intervenção com Sem-Abrigo (NPISA), em parceria com 17 associações, para fazer face ao crescente aumento de pessoas em situação de sem-abrigo na cidade.

Segundo um levantamento realizado pela autarquia no mês de janeiro deste ano, existem cerca de 303 sem-abrigo só nas quatro freguesias citadinas de Ponta Delgada, sendo a maioria homens com idade acima dos 45 anos. Números que a vereadora com o pelouro da Ação Social considera “preocupantes”.

“Os dados são preocupantes e por isso mesmo é que estamos a agir. Considerando que houve um aumento do número de pessoas em situação de sem-abrigo, a resposta certa para este novo problema é uma intervenção articulada junto das instituições que são especializadas e que recebem apoio do município de Ponta Delgada. Portanto, o nosso objetivo é melhorar a resposta destas instituições e dar-lhes as condições que elas necessitam para responder a este problema”, adianta Cristina Canto Tavares.

Nesse sentido, foram assinados ontem protocolos com 14 das 17 instituições envolvidas no Núcleo de Planeamento e Intervenção com Sem-Abrigo (NPISA), uma resposta “pioneira” nos Açores, apesar de não ser nova no país.

Cristina Canto Tavares explica que se trata de um “grupo de trabalho que reúne todos os parceiros sociais, mas também grupos de voluntários, que têm uma ação específica com estas pessoas [sem-abrigo], de forma a planearmos essa intervenção, articularmos as respostas que já existem e bem na cidade de Ponta Delgada e a identificarmos oportunidades de melhoria para que estas pessoas consigam ter acesso a uma habitação, alimentação e a uma resposta ocupacional digna daquilo que é a condição humana”, esclarece.

Do trabalho desenvolvido até ao momento, já foi possível identificar as “necessidades” da intervenção junto dos sem-abrigo em Ponta Delgada e que, segundo a vereadora, passa principalmente por dar “respostas intermédias para a sua reabilitação”.

“Recentemente, já anunciámos um protocolo de colaboração com o Instituto João de Deus e com a Cáritas de São Miguel que foram oportunidades de intervenção na reabilitação de duas moradia para, após tratamento de substituição, conseguirmos ter uma residência intermédia, com acompanhamento 24 horas de técnicos especializados”, relembra.

Segundo Cristina Canto Tavares, outras necessidades detetadas passam pela “articulação da distribuição de alimentação, por exemplo, aos fins de semana” e ainda por “respostas ocupacionais para as pessoas que já estão num estadio de evolução pós tratamento e nós [autarquia] vamos também avançar com um programa ocupacional para pessoas de elevada vulnerabilidade e pessoas portadoras de deficiência”, adianta a vereadora, assumindo que “os custos serão das intervenções serão suportados pela Câmara”.

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