Açoriano Oriental
Região já poupa no envio de resíduos
O quadro legal nacional prevê que os custos do transporte de resíduos desde o ponto de recolha até ao local de tratamento seja assumido pelas empresas gestoras dos sistemas mas, ao contrário do que sucedia no território do continente, o Governo Regional e os municípios dos Açores pagaram as facturas até ao ano passado o que, só para o executivo, representa nas contas 500 mil euros por ano.
Região já poupa no envio de resíduos

Autor: Olímpia Granada

Actualmente, no que respeita aos resíduos industriais e perigosos como pneus, óleos e fitofarmacêuticos (ou seja, insecticidas, acaricidas, fungicidas, herbicidas etc.), além dos eléctricos e electrónicos, a Secretaria do Ambiente já assinou protocolos com as entidades gestoras a nível nacional.
Entre essas empresas está a Valor Pneu que assumiu em entrevista da directora geral, Climénia Silva, ao nosso jornal que a entidade considera ser sua obrigação assumir os custos “apesar de mais elevados”.
Outro importante acordo conseguido foi com a PontoVerde que gere o sistema para papéis, cartões e plásticos que representam o maior peso da factura.
Para a secretária do Ambiente, Ana Paula Marques, a extensão da medida ao arquipélago é “um sucesso”. A governante afirma mesmo que “os açorianos não são cidadãos de segunda, têm os mesmos direitos, pagam as mesmas ecotaxas (quando compram os produtos), portanto tinham que ter este serviço gratuito”.
Para uma melhor compreensão dos montantes envolvidos, refira-se que em 2005 a Região exportou 6179 toneladas de resíduos e que cada contentor custa agora cerca de 500 euros.
A única entidade com a qual falta assinar acordo é a Valorcar, para envio de sucata automóvel.

AMISM exporta mais 65 por cento

Com o alargamento dessas sociedades gestoras aos Açores também a Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM) conseguiu uma poupança significativa, que está a aplicar no processo de recolha aumentando a exportação.
Carlos Botelho afirma que, se a situação anterior se mantivesse, tinha sido impossível à AMISM suportar o aumento de 65 por cento verificado este ano no envio de resíduos para o continente para tratamento e que corresponderia, até este mês, a cerca de 150 mil euros.
O responsável refere que o início da operação de recolha dos passivos eléctricos e electrónicos em 2007 na ilha (também feita pela empresa Varela) corresponde a 35 toneladas.
Recorde-se que, através de concurso público, a Secretaria do Ambiente concessionou à Varela & Ca (do Grupo Bensaúde) o desenvolvimento e gestão da rede de ecocentros na Região e que, com a operação de remoção de pneus, significa um investimento de um milhão de euros.
Nas Flores, Graciosa e Corvo a construção dos ecocentros, centros de triagem e de compostagem é assumida pelo Governo, tendo os respectivos municípios se comprometido a fazer posteriormente a recolha selectiva.

Especialistas debatem gestão de resíduos

O seminário “Visão Global de Gestão de Resíduos”, organizado pelo Grupo Bensaúde, tem hoje lugar em Ponta Delgada com a presença de vários especialistas entre os quais Eddy Volders da SGS EWACS, Bélgica. O Açoriano Oriental antecipou nas últimas edições este debate com entrevistas a alguns dos intervenientes. Em síntese, realça-se o investimento público de um milhão e 300 mil euros na rede e gestão de ecocentros das ilhas, o alerta de investigadores para os efeitos dos poluentes, a remoção de mais de 6 mil toneladas de pneus da Região para valorização energética, o anúncio de operações policiais conjuntas de fiscalização a depósitos ilegais, o aumento da exportação de resíduos que registou mais de 17 mil toneladas em 2006, e por fim os acordos que permitem uma poupança avultada no transporte dos passivos.

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