Autor: Lusa / AO online
Todos os anos, Adrià e a sua equipa desenvolvem novas técnicas e conceitos, que colocam à disposição do cliente apenas durante os cerca de seis meses em que permanece aberto o restaurante, distinguido com três estrelas do Guia Michelin, situado em Roses, perto de Barcelona.
Em declarações à Lusa, o "chef" catalão, distinguido várias vezes como "melhor cozinheiro do Mundo", explica que a renovação constante da sua cozinha tem apenas uma "receita".
"Acima de tudo, a cozinha é uma paixão. Procuramos desfrutar, ser felizes e fazer as pessoas felizes com o que fazemos", disse à Lusa Ferran Adrià, à margem do congresso "O Melhor da Gastronomia", que decorreu esta semana em San Sebastián.
Ao encontro anual, que reúne "chefs" e especialistas de todo o Mundo, o cozinheiro levou uma retrospectiva sobre "o que foi o 'El Bulli' em 2008", como a nova linha "Natura", com quase 50 sobremesas muito elaboradas que reproduzem elementos da Natureza, desde flores, vagens, terra ou pequenas árvores.
Num estilo oposto, Adrià apresentou alguns pratos "muito simples e minimalistas", reconhecendo a influência "do sentimento do Japão" na sua cozinha, que se transmite "não através do uso de produtos japoneses, mas apenas pelo sentimento" e de que são exemplos os chás de flores, servidos como pequenos lagos, com flores e nenúfares, ou a utilização de rábanos para reproduzir líchias.
Adrià mostrou exemplos de elaborações como a liofilização, "uma super super tecnologia", as gelatinas frias, os sumos congelados dentro de um balão e depois recheados, e a esferificação (que permite transformar um alimento em bolas, sólidas por fora e líquidas por dentro), para criar uma sopa contida nas letras "The Soup", que se desfazem ao toque.
"A ideia é que a sopa seja as letras, ou que as letras sejam a sopa", explicou.
"O conhecimento e colaboração com especialistas de diferentes áreas - cultura gastronómica, história, desenho industrial - é essencial para o progresso da cozinha. Em especial, a cooperação com a indústria alimentar e a ciência representou um impulso fundamental", defende.
Aquele que é considerado o melhor cozinheiro do Mundo acredita que será necessária uma geração inteira de cozinheiros para desenvolver todas as técnicas aplicadas à gastronomia nos últimos 15 anos.
Mas Ferran Adrià desvaloriza a técnica para afirmar que o mais importante é "desfrutar a cozinha".
"É preciso saber como sentes a cozinha, e não como está feita. Há um lado técnico incrível ou não, mas o que importa é a emoção que te dá", sublinha o cozinheiro, que recebeu a classificação mais elevada do guia "O Melhor da Gastronomia", do crítico gastronómico Rafael García Santos, responsável pelo congresso anual.
Sobre a alta cozinha, Adrià sustenta que actualmente observa-se "uma revolução", com a emergência de cozinheiros de "muitos países do Mundo", como Portugal, Brasil ou Singapura.
"A cozinha não tem pátria e isto é muito bonito, porque toda a gente pode sobressair", destaca.
Em declarações à Lusa, o "chef" catalão, distinguido várias vezes como "melhor cozinheiro do Mundo", explica que a renovação constante da sua cozinha tem apenas uma "receita".
"Acima de tudo, a cozinha é uma paixão. Procuramos desfrutar, ser felizes e fazer as pessoas felizes com o que fazemos", disse à Lusa Ferran Adrià, à margem do congresso "O Melhor da Gastronomia", que decorreu esta semana em San Sebastián.
Ao encontro anual, que reúne "chefs" e especialistas de todo o Mundo, o cozinheiro levou uma retrospectiva sobre "o que foi o 'El Bulli' em 2008", como a nova linha "Natura", com quase 50 sobremesas muito elaboradas que reproduzem elementos da Natureza, desde flores, vagens, terra ou pequenas árvores.
Num estilo oposto, Adrià apresentou alguns pratos "muito simples e minimalistas", reconhecendo a influência "do sentimento do Japão" na sua cozinha, que se transmite "não através do uso de produtos japoneses, mas apenas pelo sentimento" e de que são exemplos os chás de flores, servidos como pequenos lagos, com flores e nenúfares, ou a utilização de rábanos para reproduzir líchias.
Adrià mostrou exemplos de elaborações como a liofilização, "uma super super tecnologia", as gelatinas frias, os sumos congelados dentro de um balão e depois recheados, e a esferificação (que permite transformar um alimento em bolas, sólidas por fora e líquidas por dentro), para criar uma sopa contida nas letras "The Soup", que se desfazem ao toque.
"A ideia é que a sopa seja as letras, ou que as letras sejam a sopa", explicou.
"O conhecimento e colaboração com especialistas de diferentes áreas - cultura gastronómica, história, desenho industrial - é essencial para o progresso da cozinha. Em especial, a cooperação com a indústria alimentar e a ciência representou um impulso fundamental", defende.
Aquele que é considerado o melhor cozinheiro do Mundo acredita que será necessária uma geração inteira de cozinheiros para desenvolver todas as técnicas aplicadas à gastronomia nos últimos 15 anos.
Mas Ferran Adrià desvaloriza a técnica para afirmar que o mais importante é "desfrutar a cozinha".
"É preciso saber como sentes a cozinha, e não como está feita. Há um lado técnico incrível ou não, mas o que importa é a emoção que te dá", sublinha o cozinheiro, que recebeu a classificação mais elevada do guia "O Melhor da Gastronomia", do crítico gastronómico Rafael García Santos, responsável pelo congresso anual.
Sobre a alta cozinha, Adrià sustenta que actualmente observa-se "uma revolução", com a emergência de cozinheiros de "muitos países do Mundo", como Portugal, Brasil ou Singapura.
"A cozinha não tem pátria e isto é muito bonito, porque toda a gente pode sobressair", destaca.