Açoriano Oriental
Quercus subscreve posição da UE sobre acordo pós-Quioto
Os ambientalistas da Quercus subscrevem a ideia de que o futuro acordo sobre alterações climáticas deve ter objectivos de cumprimento obrigatório, posição que José Sócrates vai hoje defender em Nova Iorque na abertura de uma conferência da ONU.

Autor: Lusa/ AO
“Concordamos com a base desse discurso, que de resto é semelhante ao que temos vindo a defender ”, disse hoje à agência Lusa Francisco Ferreira, da Quercus, considerando que as declarações de José Sócrates são uma “mensagem clara para os Estados Unidos”.

    O primeiro-ministro português e presidente em exercício da União Europeia (UE), que ao fim da manhã de hoje (horas locais) discursa na abertura de uma conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, disse aos jornalistas que "a UE considera que o ponto fundamental de um acordo pós-Quioto [depois de 2012] tem que ser baseado em objectivos quantificados obrigatórios e não apenas metas sem qualquer grau de cumprimento definido".

    A Quercus entende a reunião dos principais países emissores de gases de efeito de estufa a 27 e 28 de Setembro, em Washington, como uma tentativa dos Estados Unidos de "desviar o progresso na direcção do estabelecimento de uma meta obrigatória na redução de emissões, sugerindo acordos e medidas voluntárias que não vão conseguir o nível de redução de emissões necessário".

    Nesse sentido, para Francisco Ferreira, as declarações de José Sócrates marcam antecipadamente a posição da União Europeia e vêm “clarificar que a Europa não quer processos paralelos [dos Estados Unidos] para tentar estabelecer metas de cumprimento voluntário”.

    José Sócrates adiantou ainda que “a UE quer começar a desenhar já um quadro para um acordo global pós-Quioto em 2012” e que “se houver uma contribuição de outros países, a UE está disponível para reduzir as emissões de dióxido carbono em 30 por cento até 2020".

    Sobre as metas apontadas para a redução das emissões de dióxido de carbono, o responsável da Quercus lamentou que a UE faça depender o seu compromisso nesta matéria da contribuição de outros países.

    “Era fundamental que a Europa tivesse ido mais longe e assumisse unilateralmente o cumprimento da meta dos 30 por cento, uma vez que já há países como a Alemanha que assumiram o compromisso de reduzir as emissões em 36 por cento”, disse.

    Contudo, admitiu ser necessário deixar “margem de manobra” para o processo negocial do futuro do protocolo de Quioto que se inicia em Bali, Indonésia, em Dezembro.
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