Autor: Lusa / AO Online
Numa nota enviada a Agência Lusa, a organização ambientalista Quercus considera que o acordo anunciado por alguns líderes políticos, antes de este ser aprovado em plenário pelas 192 países que participam nas negociações, é "uma falsa partida e não é claro que tenha o apoio de todos os líderes mundiais".
Apesar "do que os líderes políticos estão a dizer neste momento", a organização portuguesa salienta que "este desenvolvimento não torna o trabalho quase feito", considerando que o acordo está "longe de ser justo e vinculativo" e tem "muitas lacunas".
"Os líderes falharam em conseguir um verdadeiro acordo como prometido. Ignoraram a ciência e guiaram-se por interesses nacionais. Estamos perante um atraso com muitos custos, que podem ser medidos em vidas humanas e em dinheiro perdido", critica.
No entender da Quercus, o financiamento acordado representa "menos que os subsídios dos países às indústrias de combustíveis fósseis", enquanto que os objectivos para reduzir a poluição "mantêm-nos no caminho que a ciência diz levar a um aumento catastrófico de temperatura".
Segundo a Quercus, os "líderes mundiais precisam de repensar este acordo", já que "tal como está, irá desmoronar-se assim que analisado com mais atenção".
A organização ambientalista salienta ainda a necessidade de os responsáveis políticos se reunirem "novamente antes de Junho para resolverem os assuntos que ficaram pendentes agora".