Autor: Lusa/AO Online
As acusações surgem na sequência de uma visita estatutária do executivo açoriano à ilha Graciosa, que decorreu de terça a quinta-feira.
Questionado numa reunião com o Conselho de Ilha sobre a possibilidade de construção de um porto de recreio na Graciosa, o presidente do executivo açoriano, Vasco Cordeiro, admitiu não ser uma prioridade do Governo Regional, esclarecendo que o investimento feito na zona onde chegou a estar prevista a construção de uma marina foi feito apenas com o intuito de proteção e estabilização da zona costeira da Barra.
O governante destacou como prioridade as "questões de segurança", referindo que "começam a ser conhecidos os efeitos do último temporal que assolou os Açores, nomeadamente com danos em algumas infraestruturas que têm a prioridade das prioridades do ponto de vista de investimento para repor essas condições de segurança".
O PSD salientou, no entanto, que a marina era prometida "há uma década", lamentando que a população da Graciosa não tenha "direito às condições dos outros proprietários de embarcações de recreio".
A Graciosa e o Corvo (a ilha mais pequena do arquipélago) são as únicas duas ilhas nos Açores que não têm marina.
Vasco Cordeiro anunciou também na visita estatutária que a companhia aérea açoriana SATA iria passar a ligar a Graciosa à ilha de São Miguel uma vez por semana, entre junho e setembro, em resposta às reivindicações do Conselho de Ilha.
Para os social-democratas, a realização de "apenas uma ligação semanal" é "para que se diga que é melhor do que nada".
"O Governo nada foi capaz de dizer sobre as dificuldades de mobilidade de pessoas e carga e sobre os problemas que a Graciosa continua a sentir nos transportes marítimos, ou acerca das necessidades de mais voos no Carnaval com antecedência e divulgação conforme foi aprovado por proposta do PSD na Assembleia Regional", acusaram.
A Comissão Política da Ilha Graciosa do PSD criticou ainda o executivo socialista por anunciar a construção de uma nova gare de passageiros no Porto das Praia e de uma zona de lazer no Carapacho, depois de ter chumbado propostas nesse sentido apresentadas pelos social-democratas em 2017 e 2018.
O Governo Regional anunciou, por outro lado, a abertura de 38 vagas na administração pública regional na Graciosa, mas para os social-democratas ficou por perceber "quantas das vagas anunciadas são para quem não esteja já a desempenhar as funções que correspondem às necessidades permanentes identificadas".