"Foram 24 longos anos a viver sob a égide de um único partido, de um único pensamento, de uma única forma de agir e de governar a nossa região autónoma. Neste período imenso, perante a oportunidade para se reafirmar objetivos e estabelecer o propósito de se ultrapassar novos desafios que se revelavam fundamentais para o nosso desenvolvimento económico e social, a incompetente atuação dos governos regionais do PS, sobretudo nos últimos oito anos, originou que os açorianos rapidamente se apercebessem da inexistência de uma ideia válida para os Açores", declarou o social-democrata.

Pedro Nascimento Cabral falava no parlamento regional, na Horta, no encerramento de três dias de debate do Programa do novo Governo dos Açores, composto por PSD, CDS e PPM e viabilizado parlamentarmente por Chega e Iniciativa Liberal.

Para o social-democrata, assistiu-se na região a uma "governação deveras confrangedora, sem um traço distintivo, feita de forma desarticulada, e sempre mais apta a encobrir os problemas que iam surgindo, do que a trabalhar com afinco para os evitar ou ultrapassar".

E concretizou: "O povo dos Açores deparou-se, infelizmente, com o total insucesso da atuação dos governos regionais do Partido Socialista em áreas fundamentais como a saúde, a educação, o emprego e a pobreza."

Já sobre o novo executivo, o líder da bancada do PSD no hemiciclo regional regista a "adoção de um conjunto de valores de vocação personalista, de pendor reformador e adeptos da liberdade de iniciativa privada na economia".

O Programa do Governo que é apresentado para aprovação servirá, diz ainda Nascimento Cabral, como "referência" para a ação fiscalizadora ao executivo.

"Assumimos aqui este compromisso com o Povo dos Açores. E vamos cumpri-lo", concretizou.

O PS perdeu em outubro, nas legislativas regionais, a maioria absoluta que detinha nos Açores há 20 anos, elegendo 25 deputados.

PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação. A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD um acordo de incidência parlamentar com o Iniciativa Liberal (IL), somando assim o número suficiente de deputados para atingir uma maioria absoluta (29 parlamentares).

O Programa do Governo Regional está a ser discutido desde quarta-feira no parlamento açoriano e é votado ainda hoje.