Os representantes da Região Autónoma trocaram acusações esta tarde na sessão plenária, no período de declarações políticas, usufruindo assim do direito instituído no regimento da Assembleia da República que dá a cada deputado o direito a produzir uma intervenção por cada sessão legislativa, “não contabilizável nos tempos do seu grupo parlamentar”.
Na primeira intervenção, o deputado António Ventura, do PSD, começou por criticar a falta de entendimento entre o governo regional e o governo central sobre uma eventual revisão do acordo da Base das Lajes, na ilha Terceira, considerando que tal “prejudica o avanço de qualquer negociação”
O deputado acusou ainda o governo regional de falta de transparência sobre os dados relativos à descontaminação dos solos e aquíferos da praia da Vitória, também na ilha Terceira, lamentando ainda que este mês tenha sido anunciada a Estratégia Nacional para o Mar 21-30 “sem uma única referência ao porto da Vitória”.
Sobre o processo eleitoral que se aproxima na região, António Ventura considerou “inconcebível” que a Autoridade Tributária tenha enviado “um email aos açorianos informando sobre a possibilidade do voto antecipado” numa mensagem assinada pelo governo regional, isto porque “a relação com o eleitor deve ser da responsabilidade da CNE [Comissão Nacional de Eleições]”.
No período de esclarecimentos, a deputada do PS Lara Martins acusou os governos de PSD/CDS de não terem investido na região como o atual governo regional investiu, com António Ventura a responder que, tendo em conta os números de pobreza no arquipélago, “algo está a falhar” e a culpa é “do PS quer cá, quer lá”.
Na sua declaração política, Isabel Rodrigues (PS) insurgiu-se contra “declarações que procuram iludir os resultados da governação do PS nos Açores”, elencando um conjunto de medidas aplicadas pelo governo regional nos últimos anos, como o valor do PIB “mais elevado da história” da região em 2019 ou os baixos níveis de desemprego mesmo durante a pandemia.
“Na educação, onde há sempre quem insista em ver a árvore e não a floresta, levamos todas as crianças à escola, a creche, o ensino pré-escolar publico e a escolaridade obrigatória do 12º ano a todas as ilhas da região”, exemplificou a deputada, rematando que “o caminho que falta fazer não pode apagar o caminho o já percorrido”.
O deputado social-democrata Paulo Moniz acusou ainda a deputada do PS de “trair permanentemente os açorianos” ao votar “contra a região” no parlamento e a deputada comunista Alma Rivera sublinhou que “os açorianos precisam que se cumpra com a palavra dada”, lembrando a necessidade dos apoios previstos para os trabalhadores da COFACO, previstos desde o orçamento de 2020.
