PS chama a atenção para execução de Orçamento "que já não existe"

O PS chamou hoje a atenção para os números da execução orçamental, que dizem respeito a um Orçamento do Estado (OE) "que já não existe", em virtude de chumbos do Tribunal Constitucional (TC) a medidas do documento


"Esta é (...) a execução de um Orçamento que já não existe. Como é sabido, no dia 30 de maio o TC determinou como inconstitucionais algumas normas do OE de 2014, nomeadamente a dos cortes nas remunerações dos funcionários públicos. Se o Governo não tivesse aplicado os cortes inconstitucionais a despesa do Estado teria sido superior em cerca de 200 milhões de euros", alerta o PS em comunicado.

O texto dos socialistas foi enviado à imprensa depois de terem sido revelados dados da Direção-Geral do Orçamento (DGO), segundo os quais o défice das administrações públicas foi de 959 milhões de euros até maio deste ano, o que "compara favoravelmente" com o valor verificado no período homólogo.

Para o PS, esta é "a execução de um aumento da receita de impostos", já que "a receita fiscal aumentou 3,4% nos primeiros cinco meses, com destaque para o IRS que sobe 9,4%, o que representa mais 407 milhões de euros do que em igual período de 2013".

"Nota-se na conta da Administração Central que a despesa cresce 0,6% em termos homólogos, sendo que a única rubrica da despesa corrente que sofre uma redução é a de despesas com pessoal (-4,1%) já que a aquisição de bens e serviços, os juros (+9,5%), as transferências e os subsídios continuam a aumentar", declaram os socialistas.

O PS regista ainda que ainda que as dívidas em atraso "continuam a aumentar e atingem já os 2.036 milhões de euros".

"Um caso particularmente preocupante é o dos hospitais EPE: só no último mês as dívidas aumentaram 42 milhões de euros. As autoridades já não escondem que há uma derrapagem nas contas dos hospitais mas, mais importante, é que o subfinanciamento está a pôr em causa a prestação de cuidados de saúde em todo o país", é dito.

De acordo com a síntese de execução orçamental hoje publicada pela DGO, até maio, o défice das administrações públicas relevante para efeitos do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) e em contabilidade nacional foi de 959 milhões de euros, menos 631 milhões do que o observado nos primeiros cinco meses de 2013.

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