Autor: Lusa /AO Online
“Este Plano e Orçamento [para 2023] visa garantir a sobrevivência política do Governo à custa da sobrevivência económica de famílias e empresas dos Açores”, afirmou Vasco Cordeiro, na sessão de encerramento da Convenção Autárquica do PS/Açores, na Lagoa, ilha de São Miguel.
Para o líder do PS/Açores, e ex-presidente do Governo Regional, o executivo açoriano (de coligação PSD/CDS-PP/PPM) “ainda está a tempo de, até final deste mês", entregar na Assembleia Regional "uma proposta que seja verdadeiramente amiga das famílias e empresas açorianas”.
“O Governo Regional fruto da inflação tem receitas inesperadas, que utilize essas receitas inesperadas para apoiar as famílias açorianas e empresas dos Açores”, sustentou Vasco Cordeiro, alertando que os tempos atuais “exigem” um executivo “concentrado em ajudar os açorianos” para ultrapassarem “a turbulência que se vive e não obcecado com uma suposta estabilidade que não é nem sinal de bom Governo, nem sinónimo de governação”.
Vasco Cordeiro disse estar-se perante um plano de investimentos para 2023 que “deixa as empresas açorianas à sua sorte” e corta nos apoios às famílias e no combate e prevenção da toxicodependência, criticando também as reduções na área da agricultura e desenvolvimento rural.
“As propostas do Governo apontam ainda para uma retração brutal de investimento em obras públicas com consequências no emprego”, acrescentou o líder do PS/Açores, assinalando que o próximo ano se "afigura como desafiante”, incluindo para os autarcas, porque “estão na linha da frente e sentem como poucos o primeiro impacto” das crises junto das famílias.
Neste sentido, Vasco Cordeiro sustentou que “não é altura de acabar com programas ocupacionais”, numa crítica à ação governativa regional.
“Esta não é a altura de mandar estas pessoas para o desemprego”, reforçou o líder socialista açoriano, considerando que o executivo regional “tem as suas opções completamente baralhadas” e “está ausente da realidade”.
Na sua intervenção, Vasco Cordeiro voltou ainda a chamar a atenção para uma “degradação crescente das finanças públicas regionais”.
“O descalabro está na incompetência deste Governo”, afirmou Vasco Cordeiro, lamentando que o executivo açoriano "justifique o défice" com a pandemia de covid-19 e com a situação da SATA, transportadora aérea açoriana.
Para o líder do PS/Açores, o executivo açoriano "entrou num processo em que utiliza a sua condição de Governo de todos os açorianos para se servir e para servir os partidos que são condição da sua sobrevivência".