Autor: Lusa/AO Online
Berto Messias, líder parlamentar do PS, destacou a importância do documento, que define uma "agenda açoriana" para a criação de emprego (que considera ser a "prioridade das prioridades"), além de apostar no empreendedorismo, na inovação e no aumento da competitividade das empresas.
"O combate ao desemprego é uma tarefa de todos os agentes políticos", lembrou o deputado socialista, que disse aguardar por "propostas sérias, construtivas e responsáveis" por parte dos partidos da oposição.
Antes mesmo de ter ouvido este repto, o líder parlamentar do PSD, Duarte Freitas, já tinha apresentado uma dúzia de propostas que pretende debater com a maioria socialista e com o Governo, seis das quais, consideradas "matérias de regime" e outras tantas, "contributos" para a governação.
O deputado social-democrata, manifestou abertura para negociar com o executivo matérias como a revisão da Lei de Finanças Regionais, a alteração da lei eleitoral, os postos de trabalho na Base das Lajes e o financiamento da Universidade dos Açores, entre outros.
"O combate do PSD não é contra este Governo, é contra a crise que afeta os açorianos", garantiu Duarte Freitas, que promete apresentar propostas para o combate ao desemprego, o apoio às famílias e às empresas e a redução do défice do Serviço Regional de Saúde.
Apesar de ter manifestado abertura ao diálogo, o PSD votou contra o programa do Governo, como fez também Artur Lima, do CDS/PP, para quem este documento não resolve os problemas da região.
"É importante recordar que a Região já teve superavit´s, evoluiu para contas públicas equilibradas, mas acabou altamente endividada, ao ponto, aliás, de ter ido à República, de mão estendida, pedir um resgate financeiro", lembrou o dirigente centrista.
Artur Lima acusou mesmo o executivo socialista de "omitir" no seu programa do Governo, as "enormes consequências" do memorando de entendimento que assinou com o Governo da República, no valor de 135 milhões de euros.
Zuraida Soares, do Bloco de Esquerda, justificou o voto contra do seu partido ao programa do Governo, com o facto do executivo socialista ter um discurso contra a austeridade, mas depois não ter uma atitude correspondente.
"Este Governo está alinhado com a troika e não quer dar o contributo que devia dar, para salvaguardar os açorianos dessa política criminosa que afunda o país e que afunda os Açores", lamentou.
Também Aníbal Pires, do PCP, lamentou que o seu partido não tenha podido dar o seu aval ao programa de um Governo que, na sua opinião, "desistiu" de se preocupar com problemas como a recessão, o desemprego e o empobrecimento dos açorianos.
Paulo Estêvão, do PPM, acusou também o Governo açoriano de ter assinado um memorando de entendimento com a República "nas costas" da Assembleia Legislativa dos Açores, comprometendo a autonomia regional.