Açoriano Oriental
Ucrânia
Pró-russos anunciam nova retirada da população em Kherson

As autoridades da ocupação russas de Kherson, no sul da Ucrânia, anunciaram hoje ter dado início à retirada de milhares de pessoas adicionais da região, onde as tropas ucranianas estão a realizar uma contraofensiva militar.


Autor: Lusa /AO Online

“Vamos reinstalar e transferir até 70.000 pessoas” que se encontram atualmente numa faixa de 15 quilómetros a leste na margem esquerda do rio Dnipro, disse o governador aí colocado por Moscovo em Kherson, Vladimir Saldo, no programa de rádio russo Solovyov Viver.

Na semana passada, as forças de ocupação russas anunciaram que 70.000 civis tinham deixado as residências localizadas a oeste na margem direita do rio e mais perto da linha de frente.

Saldo adiantou que as novas operações de retirada foram decididas face ao risco de um “possível ataque de mísseis” contra uma barragem localizada no rio e cuja destruição levaria à “inundação da margem esquerda”.

“Já começamos” essas novas operações e as pessoas serão transportadas para locais mais distantes de Kherson ou para “outras regiões da Rússia”, disse Saldo, sem avançar pormenores.

Na noite de segunda-feira, Saldo afirmou que a retirada também permitirá que o exército russo monte uma “defesa para repelir o ataque ucraniano”, aludindo à possibilidade de as forças de Kiev cruzarem o Dnipro.

A região de Kherson é parcialmente controlada pela Rússia, que, em outubro, anexou a parte que conquistou, juntamente com outras três áreas da Ucrânia sob seu controlo.

As tropas ucranianas estão a levar a cabo uma ofensiva há várias semanas para retomar a região de Kherson, avançando de oeste para leste.

Em meados de outubro, devido às conquistas territoriais feitas pelos soldados ucranianos, as autoridades de ocupação russas pediram aos habitantes da margem direita que deixassem as casas para atravessar o rio.

Entretanto, em Kiev, o fornecimento de água e eletricidade foi “totalmente restabelecido” em toda a cidade, um dia após os ataques russos terem afetado as centrais distribuidoras, indicou hoje o presidente da câmara local, Vitali Klitschko na rede social Telegram.

Os intensos ataques russos contra infraestruturas ucranianas privaram 80% dos habitantes da cidade de água e cortaram a energia de 350.000 casas.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente Vladimir Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e à imposição de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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