Autor: Lusa/AO Online
Em declarações aos jornalistas na Base Aérea das Lajes, na Terceira, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou, após ser questionado sobre o acordo comercial entre os EUA e a UE, que é positivo que o Presidente norte-americano, Donald Trump, “tenha percebido que uma colaboração entre América e Europa deve ser reforçada no presente e no futuro”, acrescentado o acordo “é bom para os dois” lados.
O Presidente da República argumentou que "os números que chegaram do crescimento económico [no segundo trimestre] da América e da Europa e de Portugal” são a "prova de que é bom para os dois".
“Ou seja, a geopolítica não é indiferente para a economia. Quem decide a sua vida economicamente, desde trabalhadores a empresários, sabe que uma coisa é decidir no meio da incerteza e da imprevisibilidade, quem é que vai investir, quem é que vai trabalhar, quem é que cria mais novos empregos. Ou numa situação estável. O primeiro trimestre estava dominado pela ideia da instabilidade”, afirmou.
Marcelo sublinhou também que este tipo de decisões "são sempre temporárias, reversíveis, conforme as conjunturas" e, por isso, devem ser analisadas "com muito cuidado".
O Presidente da República disse ainda que iniciar a sua visita aos Açores pela Base das Lajes é “um sinal político que toda a gente percebe”, enfatizando a posição “politicamente muito sensível” do arquipélago em questões geopolíticas.
O acordo comercial entre a UE e os Estados Unidos, alcançado no domingo, fixa em 15% as tarifas aduaneiras norte-americanas sobre os produtos europeus.
O acordo prevê também o compromisso da UE sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros) – visando nomeadamente substituir o gás russo -, o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros) e um aumento das aquisições de material militar.
No dia seguinte a ser conhecido este acordo, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou que este “traz previsibilidade e estabilidade” à economia e “evita a escalada”, mas alertou para as novas exigências que surgem.