Açoriano Oriental
Portugal pode “tirar o máximo” do fundo de recuperação da UE

A presidente da Comissão Europeia afirmou hoje que “Portugal está bem colocado para tirar o máximo” do fundo de recuperação da União Europeia, num discurso marcado por elogios à inovação e resiliência de Portugal e dos portugueses.

Portugal pode “tirar o máximo” do fundo de recuperação da UE

Autor: Lusa/AO Online

“Portugal não está só bem colocado para tirar o máximo do ‘Next Generation EU’, como pode dar um ‘blueprint’ [projeto] para os outros”, disse Ursula von der Leyen, apontando como exemplo o “forte ênfase nas reformas” do programa europeu que encontra, em Portugal, um país com “enorme experiência” de reformar.

A presidente da Comissão Europeia falava na Fundação Champalimaud, em Lisboa, onde apresentou as prioridades do plano de recuperação e resiliência da União Europeia (UE), o ‘Next Generation EU’, que enquadrou com constantes referências a circunstâncias específicas de Portugal e dos portugueses.

Von der Leyen começou por apontar Lisboa como “lugar perfeito para falar de futuro”, destacando a “mistura perfeita de tradição e modernidade” que Lisboa representa e apontando como “o passado e o presente podem ser um guia para o futuro”.

A chefe do executivo europeu saudou a resposta dos portugueses à pandemia causada pelo novo coronavírus, salientando a “humildade, responsabilidade e solidariedade”, que ilustrou com vários exemplos, como a iniciativa privada para disponibilizar quartos para os profissionais de saúde.

“Portugal mostrou o seu melhor e o melhor da Europa”, disse.

Von der Leyen evocou o terramoto de 1755, ocorrido numa fase “de grande mudança e progresso na Europa”, como “exemplo de renovação e recuperação” em tempos de pandemia, também ela ocorrida num momento de “profundas mudanças na Europa” como as transições energética e digital.

“A necessidade de voltarmos a levantar-nos é hoje tão importante como no séc. XVIII”, afirmou, admitindo que “os tempos são diferentes” e exigem “formas de fazer as coisas diferentes”, mas destacando que o plano de recuperação de Portugal “espelha as prioridades” do fundo de recuperação europeu (Next Generation EU).

Daí parte importante do plano europeu ser o investimento “na sociedade de amanhã”, em que, disse, Portugal tem vantagem pelos investimentos que fez “sobretudo na transição verde e digital”.

No plano ambiental, Von der Leyen deu como exemplo os incêndios florestais a que “Portugal está infelizmente habituado”, que aumentaram de frequência e intensidade devido às alterações climáticas.

“Isto é só o princípio [dos efeitos] das alterações climáticas. Há uma necessidade urgente de agir, mas também uma enorme oportunidade para todos os que investirem cedo na transição”, disse.

A terminar a intervenção, a presidente da Comissão elogiou a “extraordinária responsabilidade e resiliência” dos portugueses à pandemia, como antes à crise económica e financeira, ou antes mesmo, ao longo da história.

“Portugal é um país de grandes exploradores […] Um país que sempre navegou em águas não cartografadas ‘Por mares nunca antes navegados’, para citar o grande Luís de Camões. Não posso pensar num país melhor para nos guiar por esta tempestade e para rumar ao nosso futuro”, concluiu Ursula von der Leyen.


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