Açoriano Oriental
Petição contra obra do porto da Horta já reuniu mais de 300 assinaturas

Uma petição, subscrita por mais de 300 pessoas, está correr na ilha do Faial, para tentar travar o arranque da obra de requalificação do porto da Horta, que é contestada por empresários e operadores turísticos.

Petição contra obra do porto da Horta já reuniu mais de 300 assinaturas

Autor: Lusa/AO Online

"O porto da Horta é um porto pequeno e limitado e não concordamos, de maneira nenhuma, que seja entulhado com pedra e betão", explicou o empresário José Henrique Azevedo, proprietário do Peter Café Sport, primeiro subscritor da petição, que apela à população local para que salve o porto da Horta.


Em causa está a construção, programada pela empresa Portos dos Açores, de um novo cais acostável, com mais de 300 metros de comprimento, no interior do porto, que servirá para prolongamento da marina, mas que só é acostável por um dos lados, uma vez que leva enrocamento exterior, para dissipar a agitação marítima.


"A ondulação que existe no porto, vai continuar a existir", insistiu José Henrique Azevedo, ladeado por um grupo de empresários e operadores turísticos que contesta a obra, adiantando que, para reduzir a agitação marítima no interior daquela infraestrutura "é preciso fazer alguma coisa fora do porto e não dentro".


O projeto, já apresentado publicamente pelo presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, aguarda apenas o estudo de impacto ambiental para que a obra possa ser lançada a concurso, mas, apesar disso, tem sido muito contestado na ilha.


"A maioria das pessoas tem de estar a favor destas obras e, neste momento, não é isso que acontece", recordou o proprietário do café Peter, lamentando que esta intervenção esteja a ser "imposta" aos faialenses, sem que ninguém tenha pedido nada.


A obra relativa à 2.ª fase da requalificação do porto da Horta está orçada em cerca de 18 milhões de euros, mas nem isso serve de justificação, no entender de José Henrique Azevedo, para aquilo que se pretende fazer no local.


"As obras no mar são quase sempre irreversíveis. Não podemos fazer isto de ânimo leve. Não podemos estar apressados por causa de 18 milhões de euros", advertiu o empresário, recordando que "o futuro do Faial não se pode vender" por esse preço.


Na sua opinião, há que avaliar, por exemplo, se a futura obra irá pôs em causa a qualidade ambiental da água do porto, uma vez que grande parte da baía interior ficará ligada ao mar por uma "boca" de apenas 50 metros de largura.


"Há também que avaliar o valor paisagístico e estético desta intervenção, que é também fundamental para todas as pessoas", frisou José Henrique Azevedo, recordando que a baía da Horta é considerada "uma das mais belas baías do mundo".


A petição já reuniu mais de 300 assinaturas, mas vai continuar a circular até setembro, para só depois dar entrada na Assembleia Legislativa dos Açores.


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