Açoriano Oriental
Papa Francisco eleito figura do ano pela revista Time
O papa Francisco foi eleito a figura do ano de 2013 pela revista americana Time, que justifica a escolha do líder da Igreja Católica por este ter assumido uma "nova voz de consciência".
Papa Francisco eleito figura do ano pela revista Time

Autor: Lusa/AO Online

 

Destacando a “humildade” e a “compaixão” do papa Francisco, eleito a 13 de março de 2013, a revista americana justifica que “raramente um novo ator da cena mundial captou tanto e tão rapidamente a atenção dos mais novos e dos mais velhos, dos crentes e dos céticos”.

O papa Francisco derrotou outros candidatos a personalidade do ano, entre os quais o ex-consultor informático Edward Snowden, que denunciou programas de vigilância de comunicações levados a cabo pelos Estados Unidos, e o Presidente da Síria, Bachar al-Assad, que lidera uma das frentes de combate da guerra civil sangrenta que se prolonga há mais de dois anos.

Na lista de candidatos estava também a ativista Edith Windsor, que conseguiu que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos decretasse a inconstitucionalidade de restringir o casamento a pessoas heterossexuais; e Ted Cruz, senador republicano ligado à fação mais conservadora Tea Party, que foi uma das mais fortes vozes de bloqueio à reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos.

Em nove meses como papa, Francisco “colocou-se mesmo no centro das conversas do nosso tempo – sobre riqueza e pobreza, equidade e justiça, transparência, modernidade, globalização, papel das mulheres, natureza do casamento, tentações do poder”, assinala a editora executiva Nancy Gibbs, justificando a escolha.

Reconhecendo que “os céticos apontarão para os obstáculos que Francisco enfrenta” nas alterações que preconiza, a Time salienta que “a Igreja Católica é uma das mais antigas, maiores e ricas instituições “ e, portanto, “a mudança não acontece naturalmente”.

Mesmo assim, “em menos de um ano, ele fez algo notável: não mudou as palavras, mas mudou a música”, ou seja, “o tom”, realça o editorial da revista.

Francisco surge numa altura em que a Igreja Católica está “enfraquecida pelo escândalo, pela corrupção, pela diminuição de padres” e pela concorrência de outras fés, nomeadamente as evangélicas, recorda a Time.

Para fazer face a isso, Francisco ataca “a idolatria do dinheiro” e propõe alterações concretas: ordena uma investigação às finanças internas do Vaticano, recusa viver no palácio, optando por um “hotel poupado”, substitui “o Mercedes papal por um Ford Focus usado”, deixa de lado os sapatos vermelhos e a cruz dourada em volta do pescoço, em suma, rejeita “a pompa e o privilégio”, enumera a Time.

“Numa altura em que os limites da liderança estão a ser testados em tantos lugares, eis que surge um homem sem exército nem armas, sem reino para além de um estreito punhado de terra no meio de Roma, mas com uma imensa riqueza e o peso da história por trás dele, para vencer um desafio”, destaca a editora executiva.

O cardeal argentino Jorge Bergoglio, de 77 anos, foi eleito chefe da Igreja Católica, depois da renúncia do papa Bento XVI.

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