Açoriano Oriental
Ordem dos Médicos Dentistas pede reforço da prevenção nos Açores

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) defendeu um reforço da prevenção nos centros de saúde dos Açores, a alteração dos horários dos médicos dentistas e a revisão das tabelas de reembolso de consultas no privado.

Ordem dos Médicos Dentistas pede reforço da prevenção nos Açores

Autor: Lusa/AO Online

“Os centros de saúde devem estar virados sobretudo para a prevenção e para a educação para a saúde, começando aos 3 anos e acabando aos 18, deixando de ver adultos numa perspetiva apenas curativa”, adiantou, em declarações aos jornalistas, Artur Lima, representante dos Açores da Ordem dos Médicos Dentistas.

Artur Lima falava, em Angra do Heroísmo, à margem de uma reunião com o secretário regional da Saúde, em que esteve acompanhado pelo Bastonário da Ordem dos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, de visita aos Açores, no âmbito das comemorações do 20.º aniversário da ordem.

Segundo o representante da Ordem dos Médicos Dentistas nos Açores, a região tem “o melhor sistema de saúde oral do país”, mas é preciso “recentrar a prestação de cuidados de saúde, numa perspetiva de prevenção”.

“No passado ia-se às escolas, fazia-se o rastreio, a criança era encaminhada para o centro de saúde, era tratada e depois então acabava o tratamento e voltava às suas consultas de rotina. Hoje, faz-se o rastreio, as crianças vão uma vez ao centro de saúde e depois vão para a lista de espera”, salientou Artur Lima, deputado do CDS-PP no parlamento regional.

Artur Lima defendeu que os adultos com patologias como diabetes, hipertensão e hemofilias devem ter “um acompanhamento hospitalar e específico”, sendo para isso necessário “contratar médicos dentistas” para os três hospitais da região, onde só existem sete estomatologistas.

Segundo o representante da OMD, os Açores já chegaram a ser a “região com menos cárie dentária do país”, mas regrediram nos últimos anos.

Nesse sentido, defendeu também uma revisão da tabela dos reembolsos, “para que as pessoas com menos necessidades e que não têm acesso ao público possam ir ao privado”.

Artur Lima considerou ainda necessário fazer uma “reavaliação do programa de rastreio do cancro oral”, para que, à semelhança do que acontece no continente e na Madeira, exista nos Açores um “programa de deteção precoce no cancro oral”.

Outra das reivindicações da ordem é a readequação dos horários dos médicos dentistas nos centros de saúde.

“Ninguém consegue fazer dez consultas numa tarde com qualidade. Não se consegue porque alguma coisa vai falhar. Se um doente faz um tratamento e depois só vem dali a seis meses, quando vem já não consegue recuperar o dente, tem de extrair o dente, perde-se tempo e recursos”, frisou.

O secretário regional da Saúde dos Açores, Rui Luís, admitiu rever alguns dos programas implementados e disse que já estava previsto um reforço da prevenção nos centros de saúde, na sequência de uma avaliação feita ao Plano Regional de Saúde no período entre 2014 e 2016.

“Achamos que os médicos dentistas são fundamentais nas idas às escolas, no rastreio que podem fazer localmente. É aí que queremos apostar, também no acompanhamento das grávidas e numa componente de dar aos pais as ferramentas para fazerem uma observação constante dos seus filhos”, apontou.

Rui Luís defendeu, no entanto, que os Açores têm um “excelente programa de saúde oral” e que a medicina dentária é uma área em que a relação público-privada “funciona muito bem”.

“Todas as crianças até aos 18 anos são seguidas nos centros de saúde e temos mais uma vantagem relativamente ao continente, que é termos médicos dentistas em todos os centros de saúde. Ainda recentemente foi completado um concurso para a ilha do Corvo”, frisou.


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