Açoriano Oriental
Orçamento da Câmara da Ribeira Grande de 23,9 ME gera discórdia entre PSD e PS

A Câmara Municipal da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, apresentou para o próximo ano um orçamento de 23,9 milhões de euros, já criticado pelo PS por o considerar “um adiamento” ao “desenvolvimento sustentável”.

Orçamento da Câmara da Ribeira Grande de 23,9 ME gera discórdia entre PSD e PS

Autor: Lusa/AO Online

O orçamento e as grandes opções do plano da Câmara Municipal da Ribeira Grande para 2020 totalizam 23,9 milhões de euros e foram aprovadas em 31 de outubro, em reunião de câmara, com os votos favoráveis do PSD e os votos contra da vereação socialista, representando um aumento de 5% em relação aos 23 milhões de euros orçados para o presente ano.

Os socialistas justificaram o voto contra afirmando que “os sucessivos orçamentos aprovados e executados não têm permitido melhorar substancialmente a qualidade de vida dos ribeiragrandenses, apesar do aumento substancial das receitas fiscais” e consideraram “notória a ausência de uma estratégia clara para o desenvolvimento harmonioso de todo o concelho, limitado a meras obras avulsas”.

O PSD da Ribeira Grande veio agora acusar o PS local de fazer “propaganda política”.

Em comunicado, a concelhia local do PSD acusa o PS da Ribeira Grande de “tentar iludir os munícipes do concelho com propaganda política enganosa, cujo único objetivo é denegrir a imagem do executivo camarário liderado por Alexandre Gaudêncio”.

Para os sociais-democratas, as críticas feitas pelos socialistas, que consideram que o documento aprovado “não passa de um adiamento a um verdadeiro desenvolvimento sustentável para a Ribeira Grande e para as suas gentes”, fazem “uma análise pouco séria dos documentos apresentados”.

A continuidade do desenvolvimento do concelho, as políticas ambientais e o bem-estar animal são os três grandes eixos do documento, apontou, em comunicado, o presidente da autarquia, Alexandre Gaudêncio.

O edil sublinhou a intenção de “avançar, em 2020, com a certificação da Casa dos Animais, para que possa ser um Centro de Recolha Oficial”, o investimento de cerca de 2,5 milhões de euros no saneamento básico e abastecimento de água à população e que “cerca de 65% das rubricas do plano são dedicadas às funções sociais”.

Já a vereação socialista evidencia que, “num concelho com problemas sociais bem identificados, estão previstos para o próximo ano apenas 133 mil euros, 0,5%, ao apoio à habitação degradada”, e afirma que o documento “demonstra as prioridades do presidente da Câmara da Ribeira Grande”, já que “a rubrica de Promoção e Eventos atinge, em 2020, o valor acumulado de sete milhões de euros” e que, “para o próximo ano, estão previstos mais de meio milhão de euros para esta despesa”.

Segundo a concelhia local social-democrata, o PS faz uma “análise pouco séria dos documentos apresentados, nomeadamente no que diz respeito aos eventos, pois analisa a coluna dos montantes acumulados nos últimos seis anos, em vez de fazer a análise do que está previsto para 2020”.

O executivo camarário social-democrata salientou, também, que, para 2020, estão previstas a construção da conduta de águas residuais para tratamento da ETAR de Santana, em Rabo de Peixe, orçada em 1,2 milhões de euros, e a construção do novo campo de jogos da mesma vila, que está ainda em fase concursal.

Em relação a este último investimento, que tem um custo estimado de 2,3 milhões de euros, os socialistas criticam o seu adiamento, “uma vez que, quer o presidente da Câmara Municipal, quer o presidente da Junta de Freguesia, apregoaram, em várias ocasiões, que a mesma ficava concluída em 2019 e o documento aponta agora essa conclusão para 2021”.

Jaime Vieira, que preside à concelhia local social-democrata e à Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, afirma que “o PS critica o atraso da obra do campo de futebol de Rabo de Peixe, mas esquece-se que a anterior câmara socialista do passado abandonou por completo aquela infraestrutura”.

A Câmara Municipal da Ribeira Grande é liderada pelo PSD que, nas eleições autárquicas de 2017, ganhou cinco dos sete mandatos do município, sendo os outros dois do PS.

Alexandre Gaudêncio, que preside à autarquia desde 2013, é atualmente arguido na Operação Nortada, estando indiciado por suspeita de violação de regras de contratação pública, de urbanismo e ordenamento do território na autarquia que dirige.


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