Açoriano Oriental
Ontário vai criar 2,5 milhões de empregos em dez anos
O ministro da Cidadania, Imigração e Comércio Internacional do Ontário disse, em entrevista à Lusa, que em dez anos a província canadiana vai criar 2,5 milhões de novos empregos e precisa de imigrantes.
Ontário vai criar 2,5 milhões de empregos em dez anos

Autor: Lusa/AO online

 

"Temos a oportunidade de trabalho. Estatisticamente, em dez anos o Ontário, devido a dois fatores - o envelhecimento da população e a expansão da economia - vai abrir 2,5 milhões de novos trabalhos e precisamos de muita gente para trabalhar, pois a taxa de natalidade é baixa", afirmou Michael Chan.

Em entrevista à agência Lusa, acompanhado pela sua assessora parlamentar, a deputada provincial luso-canadiana Cristina Martins (eleita por Davenport), reconheceu a importância da chegada "de novos imigrantes", até porque há o perigo de a rede da força de trabalho "ser negativa". 

O governante também teceu elogios à "forte comunidade” portuguesa, e exemplificou o facto de o ministro das Finanças do Ontário Charles Sousa ser lusodescendente, numa "terra maravilhosa", onde todos devem dar-se "harmoniosamente bem uns com os outros". 

Em 2013, o Ontário acolheu de 100 mil imigrantes, devendo o número aumentar em 2015.

Michael Chan também se manifestou preocupado com a operacionalidade do novo sistema de imigração "Entrada Expresso", que vai entrar em vigor a 01 de janeiro de 2015.

"Estamos muito preocupados com alguns atrasos que existem atualmente, e não sabemos quando vão ficar resolvidos. Um problema coincide na linha do empregador com o potencial candidato e o outro problema tem a vem diretamente com o portal e com as ferramentas que dão as informações. Existem estes problemas, mas eles (Governo federal) vão lançar o portal em janeiro (2015)", explicou o liberal. 

No entanto, apesar destes problemas verificados, o sistema, que tem sido utilizado com um sucesso na Austrália, "é bom, mas em cada país é diferente", disse o ministro, afirmando que está otimista, mas que é preciso esperar para ver. 

Cristina Martins salientou, no entanto, que a entrada em funcionamento do programa "não vai resolver" todas as necessidades que o Ontário e outras províncias têm em termos de mão-de-obra.

"Estamos a falar de um sistema que pretende alcançar imigrantes bastante qualificados, não é se calhar a força laboral da comunidade que conhecemos, não é necessariamente o tipo de sistema que vai auxiliar aqueles trabalhadores que vêm para o Ontário", afirmou a deputada lusodescendente. 

O assessora parlamentar de Michael Chan também recordou que este sistema "Entrada Expresso" é uma "boa solução" para uma mão- de-obra "mais qualificada", mas existem outros programas que os imigrantes "podem utilizar", que podem ser úteis aos trabalhadores da construção civil provenientes de Portugal.

O Ontário continua a ser o principal destino dos imigrantes no Canadá, o que representa cerca de 30 por centro do crescimento da força de trabalho.

O Governo Federal coordena todos os processos de imigração e tem vindo a reduzir a percentagem de imigrantes económicos no Ontario para 46 por cento, enquanto as outras províncias, em média, recebem 65 por cento (2013). 

Michael Chan nasceu na China, aos sete anos de idade mudou-se para o antigo território português de Macau, onde residiu durante quatro anos. Após passagens por Hong Kong, partiu para o Canadá em 1969. Foi eleito deputado provincial em 2007 pelo círculo eleitoral de Markham-Unionville, tendo sido reeleito em 2011 e 2014.

Chan teve diversas pastas ministeriais nos sucessivos governos liberais do Ontário; Receita (2007), Turismo e Cultura (2010/2011), Cidadania e Imigração (2007/2010 e 2012/2013), ministro com a pasta dos Jogos PanAmericanos de Toronto 2015 (2012/2014), Turismo, Cultura e Desporto (2011/2014), e desde 24 de junho do corrente ano é o ministro da Cidadania, Imigração e Comércio Internacional.

Antes de ingressar na política, Michael Chan era mediador de seguros numa empresa de que era proprietário. 

Calcula-se que existem no Canadá cerca de 550 mil portugueses e lusodescendentes, estando a grande maioria localizada na província do Ontário.

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