Autor: Lusa / AO online
Quem passeia pelas ruas da cidade, com vista para a Ria Formosa, não imagina o espectáculo visual proporcionado pelos inúmeros cubos que "brotam" das casas, sobretudo no Bairro da Barreta, núcleo inicial da cidade, só visíveis de pontos mais elevados.
O modelo das casas, apesar de inspirado na arquitectura árabe, não é um legado da sua presença no Algarve. Foram os próprios olhanenses que emigraram para o Norte de África que construíram um bairro "mouro"… cinco séculos depois de aquele povo ter sido expulso da região.
O que as distingue das típicas casas algarvias é que enquanto estas têm apenas um terraço ou açoteia, as habitações cubistas têm mais do que isso: em cima do terraço têm uma segunda divisão (o mirante) e por vezes uma terceira (contra-mirante ou púlpito).
Estas pequenas divisões cresceram como anexos das casas, indiscriminadamente e sem regras de construção, o que ainda hoje sucede, explica António Paula Brito, da Associação de Valorização do Património Cultural e Ambiental de Olhão (APOS).
Segundo o presidente daquela associação, tal como em outros tempos, o mirante funciona como ponto de observação da entrada dos barcos e estado do mar e a açoteia é usada para arrumos, secar frutos ou roupa.
Antes de começarem a ser construídas as primeiras casas em pedra e cal, em meados do século XVIII, o Bairro da Barreta era composto por cabanas e habitado essencialmente por pescadores.
A zona continua a ser habitada principalmente por pessoas ligadas ao mar, mas as casas estão muito degradadas o que, em conjunto com a ausência de regras, está a conduzir a uma descaracterização do bairro.
É por isso que a APOS quer criar um plano de pormenor para a área e defende que naquele bairro seja criado um novo pólo de atracção turística na cidade, através de um circuito museológico.
"Há muito caos urbanístico nesta zona, as pessoas fazem construções, anexos e acrescentam terraços, mas no fundo não têm culpa, porque não há nenhum gabinete para as orientar", diz o presidente da APOS.
Enquanto vai recordando as histórias e curiosidades do bairro, cujas ruas têm os nomes dos que lá habitavam, António Paula Brito lamenta que o bairro esteja votado ao abandono e que poucas entidades reconheçam a sua importância cultural.
"Este tipo de arquitectura facilitava a vida a uma população que também vivia do contrabando", graceja, recordando a história de "Manel dos Tabacos", que conseguiu fugir da PIDE através das varandas que permitem a fácil passagem de umas casas para as outras.
E enquanto não houver um plano de revitalização, as ruas povoadas de lendas e histórias de contrabandistas onde antes habitavam as famílias Gaibéu, Lopes ou Bento continuarão a passar despercebidas.
O modelo das casas, apesar de inspirado na arquitectura árabe, não é um legado da sua presença no Algarve. Foram os próprios olhanenses que emigraram para o Norte de África que construíram um bairro "mouro"… cinco séculos depois de aquele povo ter sido expulso da região.
O que as distingue das típicas casas algarvias é que enquanto estas têm apenas um terraço ou açoteia, as habitações cubistas têm mais do que isso: em cima do terraço têm uma segunda divisão (o mirante) e por vezes uma terceira (contra-mirante ou púlpito).
Estas pequenas divisões cresceram como anexos das casas, indiscriminadamente e sem regras de construção, o que ainda hoje sucede, explica António Paula Brito, da Associação de Valorização do Património Cultural e Ambiental de Olhão (APOS).
Segundo o presidente daquela associação, tal como em outros tempos, o mirante funciona como ponto de observação da entrada dos barcos e estado do mar e a açoteia é usada para arrumos, secar frutos ou roupa.
Antes de começarem a ser construídas as primeiras casas em pedra e cal, em meados do século XVIII, o Bairro da Barreta era composto por cabanas e habitado essencialmente por pescadores.
A zona continua a ser habitada principalmente por pessoas ligadas ao mar, mas as casas estão muito degradadas o que, em conjunto com a ausência de regras, está a conduzir a uma descaracterização do bairro.
É por isso que a APOS quer criar um plano de pormenor para a área e defende que naquele bairro seja criado um novo pólo de atracção turística na cidade, através de um circuito museológico.
"Há muito caos urbanístico nesta zona, as pessoas fazem construções, anexos e acrescentam terraços, mas no fundo não têm culpa, porque não há nenhum gabinete para as orientar", diz o presidente da APOS.
Enquanto vai recordando as histórias e curiosidades do bairro, cujas ruas têm os nomes dos que lá habitavam, António Paula Brito lamenta que o bairro esteja votado ao abandono e que poucas entidades reconheçam a sua importância cultural.
"Este tipo de arquitectura facilitava a vida a uma população que também vivia do contrabando", graceja, recordando a história de "Manel dos Tabacos", que conseguiu fugir da PIDE através das varandas que permitem a fácil passagem de umas casas para as outras.
E enquanto não houver um plano de revitalização, as ruas povoadas de lendas e histórias de contrabandistas onde antes habitavam as famílias Gaibéu, Lopes ou Bento continuarão a passar despercebidas.