Açoriano Oriental
O segundo álbum dos açorianos We Sea, “Cisma”, é “mais maduro e imediato”

O segundo álbum da banda açoriana We Sea, "Cisma", é lançado na segunda-feira e compõe um trabalho "mais maduro" e "mais imediato", que o grupo espera servir de "apresentação a nível nacional" do seu 'indie pop'.

O segundo álbum dos açorianos We Sea, “Cisma”, é “mais maduro e imediato”

Autor: Lusa/AO Online

Clemente Almeida, que assume o baixo, mas também se atira ao piano e aos sintetizadores, e Rui Rofino, letrista e vocalista, são o núcleo duro dos We Sea e agora fincam o rumo com Rómulo San-Bento, na guitarra, e Pedro Rodrigues, na bateria, com quem já tinham formado a banda Broad Beans.

Com esta nova formação, conseguiram criar um álbum mais “maduro”, mas também “mais pop, mais imediato”, explica à Lusa Clemente Almeida.

“Cisma” é o tema que dá título ao álbum, e “tem imensas influências dos cantautores açorianos”, como os Rimanço, cujo tema “Vapor da Madrugada” inspirou o disco.

A partir de uma versão desacelerada dessa canção, “formou-se um apego obsessivo pelo ‘glitch’ melancólico, uma autêntica cisma, que deu origem a todo uma nova estética musical”, lê-se na nota de apresentação do disco.

Mas foi com o ‘single’ “Seja Como For” que a banda deixou antever o lançamento do novo álbum, que acontece na segunda-feira.

Este tema “é mais dançável, com uma linha de baixo mais marcante, mas também era interessante, como primeira música, para desvirtuar um bocado o trabalho inicial do ‘Basbaque’ [o primeiro álbum dos We Sea], que era uma coisa mais intelectualizada, mais lírica”, adianta Clemente Almeida.

A canção acaba por refletir também a altura escolhida para a estreia do novo disco, que está pronto desde maio e aguardava uma altura oportuna para ser divulgado.

“No verão ninguém lança, é ‘silly season’, mas a verdade é que 2020 e 2021 foram dois anos ‘silly season’. (…) Decidimos lançar este single de fim de verão – é dançável, mas tem aquele peso”, considera.

Acaba por ser “tipo um anoitecer de verão: uma boa disposição, mas melancólica”.

Se o single quer ser a banda sonora para o fim de verão, o álbum assume-se como “música para piscinas interiores, música para descer escadas rolantes e para a fila do Euromotas”, e é também “música para ouvir no autocarro naquele início de setembro e música para aquela transição entre programas do 'fim-da-tarde' na nossa emissora”, explica a nota.

Essa sonoridade é conseguida, concretiza Clemente, dando primazia a quatro instrumentos – guitarra, baixo, bateria e vozes, “depois os sintetizadores são outra camada secundária”.

O caminho de simplificação veio depois da produção de “Basbaque”, “uma coisa muito ‘lo-fi’”, em que as falhas eram “compensadas com sintetizadores”.

“Acho que, nesse sentido, [o novo álbum] foi muito mais maduro, está mais pensado e não tanto a tentar arranjar retalhos de sintetizadores para compensar um problema de produção”, diz Clemente Almeida à Lusa.

A banda também deu o salto em termos de produção, tendo gravado o álbum no estúdio Golden Pony, com a produção de Eduardo Vinhas.

“De certa forma, estamos com esperança de que este é que seja o nosso álbum de apresentação a nível nacional”, refere o músico.

Por agora, têm já um concerto agendado para dia 17 de setembro, no Festival MIL, em Lisboa.

O disco tem o selo da editora açoriana Marca Pistola e conta com o apoio da Fundação GDA.

Estará disponível, a partir de segunda-feira, em formato digital, e, brevemente, em formato de cassete, em edições limitadas, com 'merchandising' associado, e também em vinil.


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados