Açoriano Oriental
No Pico pedala-se por amizade
O lema é "não deixar ninguém atrás"

Realizou-se, há poucos dias, a VIII Volta à Ilha do Pico Ruben Neves, em bicicleta. Não se trata de nenhuma homenagem a quem dá o nome ao evento mas, sim, da celebração da amizade sobre os pedais, por um punhado de trintões e alguns "entas" e ainda dois ou três mais novos.



Autor: Célia Machado/AO Online

Tudo começou em 2014, quando Ruben Neves se lembrou que há uns 15 anos não pedalava mas que gostaria de fazê-lo novamente. E ainda chegou a dizer que, quando tivesse uma bicicleta, ia estreá-la numa volta à ilha.

Ora a esposa fez-lhe a vontade e ofereceu-lhe uma pelo Natal, o que levou Ruben a cumprir o que havia dito. Alguns amigos resolveram acompanhá-lo e assim surgiu, em janeiro de 2015, a I Volta à Ilha do Pico Ruben Neves, naquele ano com a companhia de Filipe Cordeiro, José Silva, Fernando Maiato, Hugo Santos e Sérgio Cordeiro.

"Demorámos umas oito horas porque não estávamos habituados", recorda Ruben Neves, que acrescenta que, entretanto, "estamos a melhorar e já conseguimos tempos mais reduzidos, entre as cinco e meia e as seis horas e meia, o que não é nada mau, pois é costume convidarmos alguém que não tem o hábito de andar de bicicleta". Este ano o Rodrigo, de apenas 15 anos, fez a volta com o resto do pessoal, uma parte já nos "entas".

A volta mais não é do que um passeio de amizade, sem competição, tal com fica vincado pelo lema. "A lógica do grupo é não deixar ninguém atrás. Se um está em dificuldade, voltamos atrás para ajudá-lo. No primeiro ano fui eu que tive de ir a 'reboque' por um bocado", sublinha Ruben, a rir.

O formato da volta é sempre o mesmo: o ponto de encontro é na Pastelaria Linú, na Madalena, pelas 7h30, para o pequeno-almoço; o percurso é feito começando pelo lado sul da ilha, com paragens nas Lajes, Piedade e Prainha, para lanchar; o passeio acontece no segundo ou terceiro fim de semana de janeiro, em bicicleta todo-o-terreno.

As companheiras dão apoio e são sempre bem-vindas à petiscada que sucede a volta à ilha, mas, com a Covid-19, a jantarada de confraternização está em modo pausa. Quanto a pedalarem, foi apenas há dois anos que as primeiras se juntaram ao grupo e este ano estiveram ausentes.

O gosto pelos passeios de bicicleta em grupo leva estes amigos a juntarem-se também ao longo do ano, várias vezes durante a semana.

O alerta é dado pelo "Facebook "ou "WhatsApp", normalmente às terças, quintas e domingos, sendo este último dia aquele em que, por haver maior disponibilidade, é o preferido para percursos mais longos. No verão cada um tem atividades que gosta de realizar mas tentam manter a rotina de pedalar, refere ainda Ruben Neves.

Tantas vezes ouvimos que "quem corre por gosto não cansa"; neste caso, cansam-se e muito, sobretudo nas subidas com inclinação acentuada, mas a camaradagem supera esses declives porque amizade e espírito de sacrifício pedalam, lado a lado, na vida.

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