Autor: lusa
Os israelitas, que nunca admitiram ter armas nucleares, têm-se recusado a aderir ao Tratado, alegando "a sua total ineficácia para impedir a proliferação nuclear" no passado.
"Esta resolução é profundamente hipócrita. Ignora as realidades do Médio Oriente e as verdadeiras ameaças com que aquela região e o mundo inteiro são confrontados", afirma o governo de Israel num comunicado publicado em Toronto, onde o primeiro ministro Benjamin Netanyahu está atualmente de visita.
A conferência de acompanhamento do TNP adotou sexta-feira, por consenso, uma declaração final em que refere a realização, em 2012, de uma conferência internacional para um Médio Oriente livre de armas nucleares.
O documento particulariza o caso de Israel, dizendo ser importante que o Estado hebreu adira ao Tratado e coloque as suas instalações nucleares sob a vigilância da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
A resolução "estigmatiza" Israel, a única verdadeira democracia do Médio Oriente e o único país ameaçado de extermínio", sublinha a nota de imprensa do governo de Netanyahu.
"Dada a natureza tendenciosa da resolução, Israel não participa na sua execução", lê-se no comunicado, onde se reforça que, como não signatário do TNP, Israel "não tem de implementar as resoluções da conferência".
Todavia, o governo israelita afirma que o Tratado será um dos temas da reunião de quinta feira em Washington entre Benjamin Netanyahu e o presidente norte-americano Barack Obama, que classificou a declaração como um acordo "equilibrado e realista", embora se tenha manifestado "fortemente" em desacordo com o facto de Israel surgir destacado.