Açoriano Oriental
Novo modelo de financiamento do ensino superior coloca em causa futuro da UAc

Reitora preocupada com o novo modelo de financiamento do ensino superior que diz não ter em consideração as especificidades da UAc

Novo modelo de financiamento do ensino superior coloca em causa futuro da UAc

Autor: Ana Carvalho Melo

A reitora da Universidade dos Açores (UAc) admitiu temer pelo futuro da Universidade dos Açores, fruto do novo modelo de financiamento das instituições de ensino superior, assim como dos incumprimentos da República.

“A partir do momento em que o estrangulamento é continuado e que há uma limitação clara à nossa capacidade de crescimento e se advinham ainda fatores agravantes dessa situação, é natural que o futuro sustentável da universidade esteja em causa”, afirmou Susana Mira Leal no final de uma reunião com o deputado à Assembleia da República Paulo Moniz.

Aos jornalistas, a reitora afirmou estar apreensiva em relação ao novo modelo de financiamento das instituições de ensino superior, considerando que a proposta em discussão não tem em consideração as especificidades da academia açoriana.

“Estamos em agosto, numa fase complexa e exigente de discussão do novo modelo de financiamento para as instituições de ensino superior - universidades e politécnicos - a nossa análise do modelo e as simulações que temos feito deixam-nos muito apreensivos relativamente àquilo que será o futuro”, afirmou.

Segundo a reitora, neste novo modelo “não há qualquer consideração pelas especificidades da UAc”, nem reflete “o que têm sido as nossas reivindicações legítimas e as necessidades efetivas da instituição para poder não só continuar a funcionar com qualidade”, assim como “para poder crescer”, o que “é um desígnio da universidade”e um objetivo da região e do país”.

Por outro lado, Susana Mira Leal lembrou que a instituição continua a aguardar que a República assuma os compromissos já assumidos.

“O que temos vindo a observar é que os compromissos assumidos por parte do Governo da República com a universidade não têm vindo a ser cumpridos. Este ano ainda não tivemos qualquer sinal de assinatura do contrato-programa que está previsto”, disse, acrescentando: “aliás eu nem tive qualquer resposta da senhora ministra à proposta que lhe apresentei para atualização do contrato programa”.

No final da reunião de ontem também o deputado à Assembleia da República Paulo Moniz reiterava o alerta para o “subfinanciamento” da UAc, afirmado que a instituição continua a ser “discriminada negativamente” pelo Governo da República.

“Hoje, saí da reunião mais preocupado do que entrei”, afirmou o social-democrata, defendendo que “a UAc continua a ser discriminada negativamente pela República, o que é preocupante, dado o seu papel de formação dos quadros da Região”.

Paulo Moniz considerou mesmo que “os novos modelos que o governo socialista em Lisboa está a preparar para o financiamento do Ensino Superior não auguram um futuro risonho para a nossa Universidade”, recordando que ainda recentemente questionou, no debate sobre o Estado da Nação, o primeiro-ministro sobre o assunto, “não tendo, como sabem, obtido qualquer resposta”.

O deputado adiantou ainda ter convidado “a senhora reitora para que, já em setembro, e acompanhada do reitor da Universidade da Madeira, visite o Parlamento e vá à Comissão da Ciência e do Ensino Superior apresentar toda esta problemática”.

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