Açoriano Oriental
Comissão de Catástrofe do hospital de Ponta Delgada defende solução modular

A Comissão de Catástrofe do hospital de Ponta Delgada, Açores, considerou que a solução modular adotada após o incêndio foi “a mais viável”, alegando que determinadas áreas não reuniam condições para reabrir, porque a unidade “já tinha limitações”

Comissão de Catástrofe do hospital de Ponta Delgada defende solução modular

Autor: Lusa/AO Online

“Na altura, defendemos a solução modular por ser a mais viável e eficaz. Precisávamos de uma resposta imediata para garantir a continuidade dos cuidados aos doentes. Por isso, a nossa proposta neste sentido”, afirmou a coordenadora da comissão, Eunice Pires.

A responsável falava na comissão de inquérito ao incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), criada pelo parlamento açoriano, que esteve reunida em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Eunice Pires explicou que a Comissão de Catástrofe do hospital fez a proposta da solução modular, como órgão consultivo, mas “são os órgãos superiores que tomam a decisão” da construção.

O incêndio no hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, aconteceu a 4 de maio de 2024 e obrigou à retirada de todos os pacientes da instituição, que ainda não retomou a atividade plena no edifício afetado.

Segundo a coordenadora, a construção modular foi crucial para uma resposta célere à situação de emergência e continua a ser um suporte essencial para a manutenção da atividade clínica.

“Apesar de a fase de calamidade ter terminado, a fase de catástrofe ainda não terminou. Estamos num processo de recuperação que será longo”, sustentou Eunice Pires.

Recordando que o hospital “já tinha graves limitações na sua estrutura física” antes do incêndio, a responsável defendeu que a maior unidade de saúde dos Açores “precisa de ser dimensionada e requalificada”, mas salientou que tal só se consegue “se existir uma estrutura de apoio”.

“Continuamos a defender que o hospital modular está adequado para as necessidades da população na altura e agora”, reforçou Eunice Pires.

A responsável disse também que a comissão “não teve conhecimento de um relatório do Serviço de Instalações e Equipamentos do hospital” que sugeria a possibilidade de reabertura do hospital em agosto do ano passado, três meses após o incêndio de 4 de maio.

“Estávamos em várias frentes, não posso pôr responsabilidade em ninguém. Mas, esse relatório não nos foi entregue pelo Serviço de Instalações e Equipamentos, nem pela doutora Manuela Menezes, que era a presidente do conselho de administração do hospital na altura e presidente da comissão. Nem sequer sabíamos que existia o relatório”, explicou.

Ainda durante a audição, a responsável garantiu que "não há qualquer incumprimento" em termos de normas de segurança na construção modular.

Já o diretor do Bloco Operatório do HDES, Miguel Almeida, realçou também as medidas de "reação imediata" que se revelaram eficazes na sequência do incêndio e garantiu que os cuidados de saúde nunca estiveram em causa e "os riscos foram avaliados" pela comissão.

“Seria impensável retomar a atividade nas mesmas condições”, afirmou, assinalando que o hospital "continua com vulnerabilidades", que "já existiam antes do incêndio".

Segundo explicou aos deputados Miguel Almeida, o bloco "tem um grande grau de complexidade clínica com um conjunto de regras, normas e recomendações que regulamentam todo o seu funcionamento para que haja o menor risco possível".

O bloco do hospital "está a funcionar dentro de condições mínimas", admitiu, considerando que “o bloco do modular tem, sem dúvida, melhores condições” em relação às salas do hospital.

Miguel Almeida assegurou também não ter tido conhecimento da possibilidade de reabrir a unidade de saúde, na totalidade, três meses após o incêndio.

A comissão parlamentar de inquérito ao incêndio, criada por proposta do PSD, pretende apurar as causas e as consequências da catástrofe e determinar se o desempenho da tutela foi o adequado, antes e após a catástrofe.


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