Açoriano Oriental
Nove crianças desaparecidas em Portugal desde 1991
Rui Pedro, desaparecido a 4 de Março de 1998, em Lousada, distrito do Porto, supostamente quando andava de bicicleta, é uma das nove crianças desaparecidas em Portugal desde 1991 e que constam do registo da Polícia Judiciária.

Autor: Lusa / AO online
Segundo o relato feito pelo padrinho de Rui Pedro no recém-criado site sobre o caso, no dia 4 de Março de 1998 a criança de onze anos pegou na bicicleta e cerca das 14:00 passou no escritório da mãe localizado frente à sua casa pedindo-lhe autorização para sair de carro com um "amigo" chamado Afonso, de 22 anos de idade.

O site RuiPedro.net foi criado este ano e anunciado pela mãe, Filomena Teixeira, no dia 25 de Maio, data em que se assinala o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas.

Segundo o relato, a mãe recusou o pedido de Rui Pedro e disse-lhe para ir brincar com a bicicleta para um terreno baldio mesmo atrás do seu escritório.

No final da tarde, o professor de explicações, que o aguardava desde as 17:00, estranhou o facto do Pedro ter faltado e avisou os pais, que começaram a procurá-lo.

"Durante as buscas, vieram a saber que um vizinho tinha encontrado a bicicleta por volta das 15:00, escondida no mato, onde o Pedro tinha sido visto a andar de bicicleta", escreve o padrinho.

Junto do Afonso procuraram saber se tinha visto Rui Pedro e aquele, refere o relato, responde que não "com demasiada calma".

"Mais tarde veio a saber-se que este indivíduo foi visto no local onde o Rui Pedro tinha estado a andar de bicicleta, a conversar com ele num Fiat Uno preto (do irmão)", refere.

De acordo com o relato no site RuiPedro.net, o irmão de Afonso teria emprestado o automóvel para fazer a inspecção periódica obrigatória, mas mais tarde no seu depoimento veio a verificar-se que não a fez, tendo andado a passear toda a tarde por locais incertos e sem qualquer destino.

Ainda segundo o padrinho, a GNR presenciou que quando o avô da criança perguntou ao Afonso onde estava o Rui Pedro ele respondeu, a chorar, que não sabia, mas adiantou que, "se quisessem encontrá-lo, deveriam ser fechadas as fronteiras, pois ele podia estar já muito longe, a caminho do estrangeiro".

No entanto, adianta o relato, confrontado com uma testemunha - o André, primo do Rui Pedro - , Afonso tentou impedi-lo de falar, ameaçando-o.

Mesmo assim, o André veio a dizer que o Afonso os tinha convidado para irem no seu carro às prostitutas e que tinham combinado encontrarem-se num outro local chamado Quinta da Costilha.

Disse também que faltou a esse encontro porque a mãe não o tinha deixado sair de casa.

Enquanto isto decorria, relata o padrinho de Rui Pedro, e durante essa noite, a família telefonou para toda a gente e juntamente com a GNR, Bombeiros e populares fizeram buscas em Lousada à procura do Rui Pedro.

Segundo o padrinho, durante a madrugada foi ao piquete da Polícia Judiciária (PJ) pedir auxílio, pois tudo indiciava que o Rui Pedro tivesse sido raptado, tendo obtido como resposta - escreve - que "o piquete não podia fazer nada".

"Expliquei-lhes o sucedido e implorei-lhes que viessem e que agissem o mais urgente possível, pois o dia seguinte poderia ser tarde demais, mas, por mais que argumentasse, nada consegui", explica.

No dia seguinte, adianta, a delegada do Ministério Público solicitou à Polícia Judiciária a sua intervenção.

"Durante a tarde chegaram à localidade vários agentes da PJ e, durante os dias seguintes, andaram a pé a procurar, juntamente connosco, no mato e nas redondezas, poços e rios, partindo do princípio que o Pedro estivesse caído em qualquer lugar", descreve o padrinho.

"Nunca, até hoje, consideraram que o Pedro tivesse sido raptado! Sucede, no entanto, que recebemos já milhares de telefonemas e, entre outras chamadas de pessoas que dizem ter em sua posse o Pedro ou então que sabem onde ele está, foi-nos inclusivamente pedido um resgate", adianta ainda o padrinho.
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