Autor: Lusa / AO online
Numa entrevista à Agência Lusa, o Diretor geral do Turismo de Cabo Verde, Carlos Ferreira, salientou que aqueles dois instrumentos legislativos e regulamentadores permitirão dar orientações claras à forma como a promoção turística do arquipélago deve ser feita nos próximos anos.
“É um passo qualitativo que se pretende dar, sempre tendo em conta a captação de mais investimentos e turistas, ambos de qualidade, pois queremos fazer de Cabo Verde um exemplo em termos de sustentabilidade”, sublinhou Carlos Ferreira, realçando “ter chegado a hora” de “elevar a fasquia”.
Nesse sentido, a ideia é consolidar e diversificar os mercados emissores e apelar à inovação, os principais elementos a ter em conta na estratégia de promoção, já a partir de 2011, sendo que o setor privado deverá tomar parte ativa no processo, acrescentou.
Os próximos desafios passam por a autoridade central do Turismo “ganhar maior autonomia”, sobretudo financeira e administrativa, para que se possa implementar a visão traçada para o turismo para os próximos anos.
“O futuro é já hoje, e não amanhã. A visão é clara e o programa ambicioso de infraestruturação do país está em curso. Os objetivos são também muito claros: até 2015, e comparativamente ao ano base 2009, queremos aumentar o emprego direto em 175 por cento e o total de estabelecimentos na ordem dos 183 por cento (de 173 para 318 unidades hoteleiras)”, sustentou.
Segundo Carlos Ferreira, outro objetivo é atingir uma oferta de 10 mil quartos (um crescimento de 159 por cento) e de cerca de 18 mil camas (mais 153 por cento), tendo em conta a meta de quase três milhões de dormidas, um crescimento de 148 por cento.
“Para já, queremos atingir o fluxo de 500 mil turistas. Mas, mais do que receber um milhão de turistas/ano em Cabo Verde, o que importa é a qualidade e o impacto que terão sobre o meio ambiente e sobre a população autóctone. Estaremos atentos aos indicadores, para os ajustarmos”, sustentou.
O Diretor Geral do Turismo cabo-verdiano, 37 anos, defendeu, por isso, que o setor “recomenda-se”, pois são várias as apostas na infraestruturação das ilhas, através da modernização dos aeroportos e também dos portos, onde o Turismo de Cruzeiro tem grande potencial em Cabo Verde.
Carlos Ferreira, no cargo desde junho de 2009, salientou que as receitas do Turismo têm sido “significativas”, lembrando que entre 2008 e 2009, apesar da crise, aumentaram 433 por cento, passando de 26,7 para 55,6 por cento.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o peso das receitas do Turismo passaram de 7,47 por cento em 2000 para 21,3 por cento em 2008.