Autor: Lusa/AO Online
O ‘capitão’ David Ferrer escolheu o lendário maiorquino para abrir o duelo dos quartos de final, mas Nadal ofereceu uma ‘pálida’ imagem, vendo mesmo o 80.º jogador mundial colocar um ponto final na sua série de 29 triunfos consecutivos em singulares na Taça Davis.
‘Rafa’, que em singulares tinha perdido apenas o seu primeiro encontro na competição no já distante ano de 2004, foi hoje derrotado por duplo 6-4.
Cinco vezes campeão da Taça Davis, Nadal tinha prometido na véspera que as emoções ficariam fora do court, mas hoje ao ouvir o hino espanhol não conseguiu evitar as lágrimas, uma imagem replicada também pelo público que esgotou o Palácio dos Desportos Martín Carpena, em Málaga.
Depois de três meses e meio sem competições oficiais, mais concretamente desde que foi eliminado, juntamente com Carlos Alcaraz, nos quartos de final de pares do torneio olímpico de Paris2024, o maiorquino surgiu ‘apagado’ e sem inspiração para contrariar o jogo de Botic van de Zandschulp.
Embora tivesse vencido sem dificuldades o neerlandês nos dois encontros anteriores entre ambos, curiosamente em Grand Slams e em 2022 (Roland Garros e Wimbledon), hoje Nadal ‘demonstrou’ o porquê de ter decidido colocar um ponto final na sua carreira, com o seu corpo a não corresponder à importância da ocasião.
Quebrado no nono jogo, num momento em que baixou de intensidade, o maiorquino não conseguiu ‘acordar’ e acabou por perder o primeiro parcial por 6-4, em apenas 45 minutos.
‘Ausente’, sem chama e também sem capacidade física, Nadal sofreu novo ‘break’ na entrada do segundo set e complicou, e muito, a sua tarefa, e também a de Espanha diante dos Países Baixos, no primeiro embate dos quartos de final da Taça Davis.
Foi apenas quando já estava a perder por 4-1, depois de ser novamente quebrado no quinto jogo, que o esquerdino de Manacor, de 38 anos, descobriu a garra a que habituou o mundo do ténis, levando o público ao rubro e a gritar “Sim, é possível”.
E foi mesmo, com o antigo número um mundial e vencedor de 22 torneios do Grand Slam a devolver o ‘break’ e a adiar o desfecho do encontro e, talvez mesmo, da sua carreira.
Mas Botic van de Zandschulp não ‘tremeu’ e, ao servir para fechar com 5-4 no marcador, anulou o momento crescente de Nadal, consumando a vitória em uma hora e 52 minutos.
Cabe agora ao jovem Carlos Alcaraz, de 21 anos, evitar o final da carreira do seu compatriota, e também do percurso de Espanha nesta Davis em ‘casa’, com o número três mundial a estar obrigado a ganhar a Tallon Griekspoor (40.º) para ‘forçar’ um decisivo encontro de pares.