Açoriano Oriental
Morreu o poeta italiano Andrea Zanzotto
O poeta Andrea Zanzotto, considerado um dos mais importantes das letras italianas atuais, morreu hoje aos 90 anos, no hospital de Treviso, confirmaram fontes hospitalares à agência France Presse

Autor: Lusa/AO online

Zanzotto, que sofria de problemas cardíacos, festejou o 90.º aniversário a 10 de outubro, na sua casa de Pieve di Soligo, sobre as colinas de Treviso.

"O que se compreende da vida depois de 90 anos? Nada", declarou Zanzotto à RAI 3, na passagem dos seus 90 anos. "Para dizer palavras que valham a pena, seria preciso viver pelo menos 900 anos", acrescentou.

Nascido em Pieve di Soligo, Treviso, Zanzotto licenciou-se em Literatura em 1942, em Pádua, depois de ter começado a ensinar com 16 anos. Após a II Guerra Mundial viveu em França e na Suíça, antes de regressar à terra natal.

Em 1950 recebeu o Prémio San Babila, atribuído por um júri que integrava os poetas e futuros prémios Nobel da Literatura Salvatore Quasimodo (1959) e Eugenio Montale (1975).

Os primeiros títulos de Zanzotto incluem "Por trás da paisagem", "Vocativo", "IX Éclogas", "A Beleza" e "Páscoa", entre outras obras.

A colaboração com o cineasta Federico Fellini na rodagem de "Casanova", filme para o qual escreveu "Cantilena", no vernáculo veneziano, daria origem à exploração do "plurilinguismo" que marcou a fase mais tardia da obra de Zanzotto.

A pesquisa do antigo dialeto marca em particular os títulos "Phosphenes" e "Idiomas", apontados como "a síntese das três grandes tradições poéticas italianas", a de Dante, a de Petrarca e a de raiz tradicional.

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