Açoriano Oriental
Montenegro diz que medidas de Governo vêm “muito tarde” para serem aplicadas só três meses

O presidente do PSD considerou hoje que o anúncio das medidas do Governo de apoio às famílias “vem muito tarde”, numa opção que classificou de habilidosa para apenas as aplicar nos últimos três meses do ano.

Montenegro diz que medidas de Governo vêm “muito tarde” para serem aplicadas só três meses

Autor: Lusa /AO Online

Na sessão de encerramento da 18.ª edição da Universidade de Verão do PSD, Luís Montenegro referiu-se ao pacote de medidas que será aprovado na segunda-feira pelo Governo, em Conselho de Ministros Extraordinário.

“Amanhã vamos ter finalmente o anúncio desse pacote de medidas do Governo. Vem tarde, vem muito tarde e não foi por falta de aviso. Foi a habilidade que o Governo teve, conscientemente, para aplicar esta medida apenas nos últimos três meses do ano”, criticou.

Na segunda-feira, anteviu, vai acontecer “o exemplo da famosa habilidade política do primeiro-ministro, o ‘show-off’ do ‘power point’”.

“O que vai acontecer amanhã é o Governo é o governo fazer aquilo que reclamamos desde maio. Contrariamente ao que o Governo tem dito, não há três dias de diferença entre o que o PSD apresentou e o Governo vai anunciar, há três meses de diferença”, acusou, lembrando que desde maio defende um programa de emergência social.

Ainda assim, admitiu que as medidas do executivo não serão exatamente iguais as que o PSD propôs e entregou no parlamento na sexta-feira, em forma de projeto de resolução.

“Elas amanhã virão travestidas, não virão ‘ipsis verbis’ como as propusemos, sei que o Governo anda a reboque do PSD, mas não é tanto”, disse, provocado risos na assistência.

No entanto, apesar da “roupagem diferente”, o líder do PSD considerou que “a base vai ser a mesma”, lamentando que o Governo não anuncie também na segunda-feira os apoios destinados às empresas.

“Há condições para que o PS faça o que acordou connosco em 2014 e baixe o IRC. Dr. António Costa, não aguarde mais 15 dias e faça-o já amanhã”, apelou.

Luís Montenegro pediu ainda ao Governo e ao primeiro-ministro que “de uma vez por todas ponham ordem na casa”.

“Deixem de ser notícias pelas ‘gaffes’ e erros permanentes dos seus membros e o primeiro-ministro que se concentre na tarefa de liderar o Governo. Parece que já não está com grande vontade de ser primeiro-ministro, mas é, tem de fazer por merecer a confiança”, afirmou.

O líder do PSD anteviu que na segunda-feira vai ser anunciada a antecipação do aumento das pensões, lamentando que o Governo só vá fazer em setembro o que os sociais-democratas propuseram em maio, tal como a baixa do IVA da energia, que o Governo dizia não ser possível sem autorização europeia.

“Faço aqui um apelo/desejo, que seja amanhã, ao menos agora que o dr. António Costa baixe o IVA da energia para 6 %. Faça-o transitoriamente, mas faça-o agora, porque é agora que as pessoas precisam”, defendeu.

Apesar de considerar que as medidas chegam tarde, Montenegro desejou ao Governo que “a conferência de imprensa corra bem, as medidas a anunciar na segunda-feira sejam eficazes” e que possam ser renovadas, se necessário.

Montenegro disse saber que não vai haver eleições amanhã e que, por essa razão, o PSD não tem a obrigação de ter, desde já, um plano completo para governar o país.

“Quem tem de governar o país é o Governo, percebe-se que a frustração na sociedade seja grande, porque o Governo não está a cumprir a sua tarefa, mas nós vamos cumprir a nossa”, assegurou.

O líder do PSD considerou que o partido está a cumprir o seu papel de oposição: “apontámos omissões, insensibilidade, e, perante a passividade do Governo, tivemos a ousadia de apresentar as soluções”.

“Preparamo-nos para merecer essa conferência política no futuro. Seremos a voz dos que precisam de ter essa voz no diálogo com o Governo, dos portugueses de todas as proveniências políticas e geográficas”, avisou.

Montenegro elogiou ainda a Universidade de Verão do PSD, uma iniciativa de formação política de jovens que se realiza desde 2023, salientando que foram os sociais-democratas os primeiros a ter este tipo de ação.

“Nós estamos a fazer escola, tanto estamos que outros partidos estão a vir atras de nós. Não é só no programa de emergência social, também vão fazer uma universidade de verão”, disse, referindo-se à Academia Socialista, que se realiza na próxima semana na Batalha.

Marcaram presença na sessão de encerramento, entre outros, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, que chegou com Luís Montenegro, bem como a eurodeputada Graça Carvalho e os deputados João Moura, Lina Lopes e Rui Cristina.




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