Autor: Lusa/AO Online
“Apesar dos diversos alertas lançados ao longo do ano letivo (…) o Ministério da Educação optou teimosamente por manter o modelo definido, insistindo na transição digital”, afirmou o movimento de professores, em comunicado.
De acordo com a mesma fonte, à medida que se aproxima a época de provas e exames chegam às escolas “indicações que apenas reforçam as preocupações” relacionadas com a falta de capacidade digital dos estabelecimentos de ensino para garantirem condições equitativas de realização das provas a todos os alunos.
Há também novas preocupações, segundo o movimento: “As provas finais de 3.º Ciclo realizam-se em dois turnos, o que desde logo levantou sérias dúvidas quanto à equidade do processo, escreveu o movimento, temendo que os alunos do segundo turno possam beneficiar da correção de falhas detetadas no primeiro turno.
No documento são igualmente manifestados receios de que a realização de provas do 3.º Ciclo em simultâneo com exames nacionais possa originar ruído na troca de turnos.
O movimento apela ainda à Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) para tomar uma posição sobre estas e outras questões relacionadas com as provas e exames, nomeadamente o processo de digitalização e alegadas desigualdades.
Aos diretores escolares pede que se pronunciem publicamente sobre as condições de aplicação das provas, que diz estarem a gerar instabilidade e a comprometer o funcionamento das escolas.
“Uma vez mais assiste-se à atribuição de responsabilidades acrescidas aos professores, sem qualquer compensação ou reconhecimento”, lê-se no comunicado, em que o movimento apela para a realização das provas em papel: “Esta é a única forma de preservar o rigor, a equidade e o bem-estar dos alunos”.
Os exames nacionais do Ensino Secundário começam na próxima terça-feira, enquanto as provas finais do ensino básico começam no dia 20.