Açoriano Oriental
Metade dos concelhos de São Miguel com medida de alto risco

Metade dos concelhos da ilha de São Miguel estão em alto risco de transmissão do novo coronavírus, mas o Governo dos Açores decidiu não aplicar as medidas mais restritivas em toda a ilha.

 Metade dos concelhos de São Miguel com medida de alto risco

Autor: Lusa/AO online


“Até agora havia a previsão legal de que com determinado número de concelhos num determinado nível de risco havia uma consequência nas medidas a aplicar na ilha. Deixa de haver esta repercussão na ilha”, referiu hoje, em conferência de imprensa, o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses.

Com 308 novos casos por 100 mil habitantes, nos últimos sete dias, o concelho da Ribeira Grande junta-se esta semana a Nordeste (223 casos por 100 mil habitantes) e Vila Franca Campo (178 casos por 100 mil habitantes) na lista de concelhos em alto risco de transmissão, o nível mais elevado de cinco.

O executivo açoriano determinava antes que sempre que 50% dos concelhos de uma ilha com transmissão comunitária identificada estivessem em alto risco, os restantes ficariam sujeitos às mesmas medidas de contenção, independentemente dos números que apresentassem.

Com a alteração desta regra, Ponta Delgada, que na semana passada estava em muito baixo risco, passa a ficar sujeita a medidas de médio risco, a Lagoa passa de muito baixo para baixo risco e a Povoação desce de baixo risco para muito baixo risco, nível em que se encontram também os restantes concelhos dos Açores.

Já a vila de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, vai manter medidas de restrição superiores às previstas no nível de alto risco.

Entre 21 e 27 de maio, os Açores contabilizaram 188 novos casos de infeção por SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, mais 35 casos do que na semana anterior, a maioria registada na ilha de São Miguel.

O secretário regional da Saúde justificou, no entanto, a decisão de não aplicar medidas restritivas em toda a ilha com o aumento da vacinação contra a covid-19.

“Até agora garantimos a proteção das pessoas através de um conjunto amplo, profundo e intenso de medidas que no tempo e no lugar conseguiram conter a pandemia. Não seria aceitável, ou sequer percetível, que essas medidas se mantivessem tal qual foram determinadas em janeiro, com o aumento da outra forma pela qual todos anseiam que é a vacinação”, salientou.

Segundo o governante, foram já administradas nos Açores 122.717 doses de vacinas contra a covid-19 a 79.081 pessoas (32,1%), das quais 43.636 com duas doses (17,7%).

"Já estão vacinados com pelo menos uma dose os açorianos com 60 ou mais anos de idade. Estamos a vacinar o escalão etário entre os 55 e os 60 anos de idade e as patologias com menos de 55 anos de idade. Temos um processo que está a avançar de forma intensa", apontou.

Clélio Meneses apelou, ainda assim, ao cumprimento das regras de contenção da pandemia, como o uso de máscara, o distanciamento social, a higienização das mãos ou a comunicação de sintomas.

“Mantemos medidas restritivas para assegurar a defesa da saúde e das vidas. Verifica-se nesta semana um aumento do número de casos. A situação merece, por isso, atenção. A pandemia está ainda aí. Há casos, há internamentos, há mortes. É preciso, por isso, cumprir regras”, frisou.

As medidas hoje anunciadas, que serão aplicadas a partir das 00:00 de sábado, vão vigorar durante duas semanas, e não durante uma, como habitualmente, mas se o número de novos casos diminuir a Autoridade de Saúde Regional poderá “determinar a diminuição dos níveis de risco”.

Os Açores têm atualmente 285 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus que provoca a doença covid-19, dos quais 279 em São Miguel, dois no Pico, um na Terceira, um no Faial, um nas Flores e um em São Jorge.

Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 5.467 casos de infeção, tendo ocorrido 5.020 recuperações e 33 mortes. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 79 pessoas e 50 apresentaram comprovativo de cura anterior.

A avaliação do nível de risco nos Açores tem por base um modelo alemão, de semáforos, e é calculado em função do número de novos casos de covid-19 por 100 mil habitantes num período de sete dias.

Existem cinco níveis de risco: muito baixo (menos de 25 casos por 100 mil habitantes), baixo (entre 25 e 49 casos por 100 mil habitantes), médio (entre 50 e 74 casos por 100 mil habitantes), médio alto (entre 75 e 99 casos por 100 mil habitantes) e alto (mais de 100 casos por 100 mil habitantes).


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