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Livre aposta nas redes sociais para debater "ideias transformadoras"

O candidato do Livre às eleições açorianas José Azevedo afirmou este domingo que o partido aposta nas redes sociais, em vez da campanha de rua, uma "forma mais útil" em tempos de pandemia para discutir "ideias transformadoras".

Livre aposta nas redes sociais para debater "ideias transformadoras"

Autor: AO Online/ Lusa

"Nós pensamos que é uma forma mais útil de fazer chegar a mensagem, porque temos hoje um público mais informado, um público mais capaz de fazer estas pesquisas. Queremos produzir conteúdos substantivos", afirmou José Azevedo, cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e de compensação, em declarações à agência Lusa.

José Azevedo, professor universitário na área da biologia e ecologia, é o cabeça de lista pelos círculos eleitorais de São Miguel e compensação, enquanto o programador informático Nuno Rolo concorre na ilha Terceira.

"Vamos lançar brevemente uma série de seminários ‘on-line’ com o contributo de especialistas nas áreas chave do nosso manifesto e vamos pedir que estes especialistas falem connosco e venham dar a sua opinião sobre as nossas propostas", sublinhou o candidato, no primeiro dia da campanha oficial, considerando que esta via "vai contribuir bastante para um debate político que até agora não tem tido ideias transformadoras da sociedade e ideias que respondam aos problemas graves que os Açores enfrentam".

O Livre vai apostar especialmente em duas áreas, uma das quais "a questão das desigualdades e a outra a questão ecológica e climática".

"Vamos aproveitar esta campanha para desenvolver estas ideias e tentar que elas cheguem ao maior número de pessoas possível. Por outro lado, temos as condições que temos em relação à pandemia, e ainda agravadas com limitações pessoais, pelo que optámos por não fazer uma campanha tradicional de porta a porta, com ações de rua e com as distribuições de folhetos. Estamos a investir muito na parte ‘on-line’", sublinhou o porta-voz do Livre nos Açores.

O candidato lamentou que o debate não esteja centrado nos "problemas reais da sociedade" e nas questões com que é necessário lidar num futuro próximo.

"O que vemos é dinheiro público a ser investido em empresas privadas esperando que essas empresas privadas depois deem emprego às pessoas e resolvam as questões das desigualdades. Esta técnica está a ser utilizada nos Açores há 50 anos e a situação só se agrava", apontou José Azevedo.

Para o Livre, "a solução passa por um apoio ao setor cooperativo, ao setor da economia social, e aí é que os dinheiros públicos devem ser investidos - em instituições sem fins lucrativos" que "transfiram esse dinheiro para as pessoas, para os produtores" e para aqueles que "necessitam de emprego, em vez de o distribuírem pelos bolsos dos empresários".

O candidato adiantou que já estão confirmados debates ‘on-line’ sobre o setor cooperativo e da economia social, sobre a estratégia para a biodiversidade, um debate com Rui Tavares (um dos fundadores do Livre) sobre a proposta do partido de declarar nos Açores o estado de emergência climática e ecológica, e sobre a proposta do partido da constituição de assembleias de cidadãos, que funcionariam no âmbito do parlamento regional.

"Não temos candidatos em todas as ilhas, mas temos pelo menos este espaço para apresentarmos as nossas ideias, dando também esta oportunidade de colocar no espaço público uma série de ideias que consideramos essenciais, radicais, transformadoras e de que não se fala", frisou.

As legislativas dos Açores estão marcadas para 25 de outubro, com 13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar 228.572 eleitores.

No arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.



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