Açoriano Oriental
Ligação ao mar tornou Nuno Sá um dos melhores fotógrafos mundiais
Uma “grande ligação ao mar” levou Nuno Sá a uma carreira como fotógrafo da natureza, área em que se tornou uma referência a nível mundial e que utiliza para alertar as pessoas para a necessidade de preservar a vida marinha.

Autor: Lusa/AO Online

“Eu sou formado em Direito, não vim aqui parar por uma decisão pensada desde os meus tempos de formação. Isto nasceu por uma grande ligação ao mar”, afirmou Nuno Sá, em declarações à Lusa.

Por essa razão, Nuno Sá, que nasceu em Montreal, Canadá, em 1977, chegou aos Açores em 2002 “à procura de uma vida em contacto com o mar”.

Os primeiros empregos em empresas ligadas à observação de cetáceos e de mergulho fizeram-no viver “momentos únicos” que quis partilhar com os amigos, tendo nascido aí o interesse pela fotografia.

“Hoje tenho uma carreira de fotógrafo da natureza a tempo inteiro, mas quando cheguei aos Açores isso era apenas um sonho”, frisou Nuno Sá, que integra actualmente a equipa do Wild Wonders of Europe, o maior projecto de fotografia de natureza alguma vez realizado a nível mundial.

O momento de viragem, que alterou por completo a sua vida, ocorreu quando recebeu a nomeação de Wildlife Photographer of de Year no mais importante concurso de fotografia da natureza a nível mundial, promovido pelo Museu de História Natural de Londres e pela BBC.

“Isso abriu-me imensas portas”, admitiu Nuno Sá, recordando a - agora famosa - fotografia de um grupo de orcas ao pôr-do-Sol, tirada a poucas milhas de Ponta Delgada.

“Tive uma sorte incrível. Recebi a mensagem de um vigia, apanhei o meu material, meti-me no barco e consegui chegar a tempo de apanhar a imagem que procurava há tanto tempo”, afirmou.

Fotógrafo profissional desde 2004, especializado em vida selvagem de temas marinhos, Nuno Sá pretende “mostrar a natureza de uma forma apelativa, com que as pessoas se identifiquem, para que sejam levadas a querer contribuir para a sua conservação”.

“É preciso mudar radicalmente a forma como encaramos a natureza, especialmente a vida marinha. Nos Açores, temos o privilégio de viver num autêntico oásis no Atlântico, mas, se não fizermos nada, os nossos filhos podem já não ter esse privilégio”, alertou.

Apesar desta necessidade de acção, Nuno Sá não espera grandes resultados da Cimeira de Copenhaga, que decorre de 7 a 18 de Dezembro na capital dinamarquesa.

“O mundo estava a acordar para uma situação alarmante e a tomar consciência da necessidade de dar passos para inverter esse quadro, mas a crise mundial veio alterar esse processo, deixando para segundo plano as decisões que é preciso tomar”, afirmou.

A esperança é que os principais financiadores percebam que a preservação da natureza pode não conseguir esperar que terminem os efeitos da crise financeira internacional e se disponham a garantir as condições para que sejam dados os passos necessários para salvar o planeta.

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