Açoriano Oriental
Líder parlamentar do PSD confia em mais financiamento do Governo a estragos de furacão

O presidente do grupo parlamentar do PSD na Assembleia da República manifestou hoje confiança no presidente do Governo Regional açoriano para “ultrapassar as perplexidades financeiras” dos cortes do Governo à recuperação dos estragos provocados pelo furacão Lorenzo.

Líder parlamentar do PSD confia em mais financiamento do Governo a estragos de furacão

Autor: Lusa/AO online

“Acho que estas questões vão ter de ser ultrapassadas. Estão em causa obras muito exigentes, que são uma necessidade absolutamente imperiosa. Esperamos que tudo se cumpra, tudo se concretize, porque pessoas precisam desesperadamente de um porto operacional [em Lages das Flores] e estamos esperançosos de que tudo se ultrapassará bem”, afirmou Adão e Silva aos jornalistas, no Palácio de Sant’ Ana, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Açores, onde foi recebido em audiência pelo presidente do Governo Regional açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), após visita a várias ilhas do arquipélago e a obras relacionadas com a recuperação dos prejuízos.

O presidente do grupo parlamentar do PSD referia-se a um despacho publicado no Diário da República, em 08 de setembro, pelo gabinete do primeiro-ministro, que reduz o montante de apoios à reconstrução das infraestruturas destruídas em outubro de 2019, pelo furacão Lorenzo, a um total 198 milhões de euros, um valor longe de corresponder a 85% dos 330 milhões de euros de prejuízos contabilizados.

“Tenho esperança que o presidente do Governo Regional dos Açores, com o nosso apoio, será capaz de ultrapassar essas perplexidades financeiras”, disse Adão e Silva.

O presidente do grupo parlamentar, que nesta visita e audiência esteve acompanhado pelos deputados do PSD eleitos pelos Açores, Paulo Moniz e Ilídia Quadrado, considerou que “uma boa conversa” poderá resolver o problema.

O presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, indicou que o executivo não vai deixar de estar “atento à expectativa da região sobre o compromisso da República sobre o financiamento solidário com a recuperação dos danos causados pelo furacão Lorenzo”, para que os atos “possam corresponder às palavras”.

“E para que possamos, com honra, cumprir os nossos compromissos”, observou.

Bolieiro manifestou “apreço pela iniciativa inovadora” de Adão e Silva, destacando ser “a primeira vez que um presidente do grupo parlamentar do PSD com eleitos pelos Açores tem uma agenda de trabalho e verificação” na região.

“Isto ajuda os órgãos de soberania a perceber a continuidade territorial. Os órgãos de soberania têm de perceber Portugal inteiro e só se compreende quando se conhece”, vincou.

O governante disse estar “também aberto a outros partidos” representados no parlamento, tenham ou não eleitos pelo círculo eleitoral dos Açores.

Adão e Silva esclareceu que o propósito dos deputados na Assembleia da República é estarem “presentes”.

“Somos todos portugueses, pertencemos ao mesmo país”, vincou.

“O parlamento é uma casa que é de todos para encontrar respostas para todos”, acrescentou.

O social-democrata deixou elogios ao “trabalho empreendedor e arrojado” que Bolieiro, que tomou posse há menos de um ano, tem desenvolvido nos Açores.

O anterior Governo Regional, do Partido Socialista, tinha contabilizado, no final de 2019, um montante global de 330 milhões de euros de prejuízos decorrentes do furacão Lorenzo, cujas rajadas superiores a 150 quilómetros/hora e ondas de 15 metros destruíram infraestruturas portuárias, estradas e habitações, durante a sua passagem pela região, na madrugada e manhã do dia 02 de outubro de 2019.

Na altura, o Governo da República comprometeu-se suportar 85% dos prejuízos (cerca de 280 milhões de euros), com recurso a verbas do Orçamento do Estado, mas também verbas comunitárias.

No despacho agora publicado em Diário da República, o gabinete de António Costa diz que a República mantém a intenção de cobrir 85% dos prejuízos, mas apenas até ao montante máximo de 198 milhões de euros (oito milhões assegurados pelo Fundo de Solidariedade da União Europeia, 168 milhões no âmbito da programação do Portugal 2030 e mais 21,5 milhões através do Orçamento do Estado).


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