Autor: Carolina Moreira
A açoriana de 28 anos Daniela Carvalho e Daniela de Sousa de 26 anos, natural de Fátima, mudaram-se de Lisboa para São Miguel durante a pandemia para seguir o sonho de lançar o projeto de artesanato “Handy Dany”.
Licenciadas em Animação Sociocultural, mas aficionadas por trabalhos manuais, as duas amigas decidiram começar por realizar peças em ‘string art’, após a técnica que engloba pregos e linhas lhes ter despertado interesse através de vídeos do Youtube.
Em entrevista ao Açoriano Oriental, Daniela Carvalho explica como as jovens elaboram os quadros. “Utilizamos sempre uma base de madeira tratada, colocamos um molde da imagem, fazemos uma picotagem e colocamos os pregos na madeira. Depois é passar a linha e compor os quadros”, esclarece.
“Existem muitas técnicas de linha e de compor os pregos, mas infelizmente nunca conseguimos encontrar uma formação em ‘string art’. Apesar disso, fizemos a nossa pesquisa e conseguimos desenvolver o nosso trabalho com base na tentativa/erro. Fomos aprendendo e não nos consideramos profissionais do ‘string art’, mas penso que para lá caminhamos”, afirma.
Em Lisboa, as duas jovens contam que nunca conseguiram avançar com o projeto. “O problema é que vivíamos num apartamento e para fazer o tratamento da madeira, cortar, lixar e colocar os pregos era complicado por causa do barulho”, realçam.
Já em São Miguel, o projeto está a crescer e em constante inovação, sendo a mais recente a colocação de luzes nos quadros, ideia que está a ser bem aceite tendo em conta a altura do natal.
“Foi uma ideia que vimos online e decidimos experimentar, principalmente nesta altura do natal. Estamos sempre a tentar fazer coisas diferentes e a aumentar a nossa oferta”, diz Daniela de Sousa.
Apesar de terem alguns protótipos, todas as peças “Handy Dany” são encomendadas e personalizadas, sendo “difícil” definir uma tabela de preços.
“Depende sempre da imagem, do tamanho, do número de pregos, etc. Por exemplo, o maior quadro que fizemos foi do cão Rottweiler que tem 70x50 centímetros (cm) e 996 pregos e custou 160 euros. É muita hora a martelar e muita hora a passar linha, as pessoas nem têm noção”, diz Daniela de Sousa. Já um chaveiro “Home”, com uma dimensão de 40x20 cm, ronda os 30 euros, sendo totalmente personalizado de acordo com o gosto do cliente.
Mas o projeto “Handy Dany” não se cinge ao ‘string art’. As jovens também se dedicam à pirografia (desenho através da queima da madeira) e à bijuteria, sendo possível encomendar as suas peças nas páginas do Facebook e do Instagram.
Um dia gostariam de abrir o seu próprio espaço, mas por enquanto também já contam com artigos em lojas físicas como o La Bamba, em Ponta Delgada, ou a loja Açores no aeroporto, onde é possível encontrar quadros, ímanes ou porta-chaves.
Neste momento, estão focadas na participação em feiras de artesanato e de natal, tendo já marcado presença na última edição do Wine In Azores. “Conseguimos divulgar bastante a nossa página apesar de não termos tido grandes encomendas, e tivemos algumas vendas”, salienta Daniela de Sousa.
“Saber que alguém tem uma peça nossa na
sua casa ou que alguém quer as nossas peças para dar um presente
diferente e com significado é aquilo que nos move”, ressalva.