Açoriano Oriental
Jornalista Osvaldo Cabral lança livro sobre os Açores e os novos média

O jornalista Osvaldo Cabral, autor da obra “Os Açores e os novos média”, defendeu que a imprensa tem de encarar com “muita frontalidade” os novos desafios e “promover soluções” para sobreviver face às novas realidades emergentes.

Jornalista Osvaldo Cabral lança livro sobre os Açores e os novos média

Autor: Lusa/AO Online

Osvaldo Cabral referiu, em declarações à agência Lusa, que a comunicação social nos Açores “está a atravessar momentos muito difíceis não só em termos de conteúdos jornalísticos e situação financeira”, mas também face ao “embate e concorrência com as novas tecnologias e plataformas”.

Por isso, acrescentou, é necessário que os órgãos de comunicação social têm de ir ao encontro dos novos hábitos de consumo e de novos leitores.

Na próxima segunda-feira, o ex-diretor da RTP/Açores vai lançar o seu livro, em Ponta Delgada, esperando que constitua um pretexto para o debate e a reflexão dos média.

Para o também diretor executivo do Diário dos Açores, na região acordou-se “muito tarde para esta nova realidade”, o que levou a que dois títulos na região, que “constituíam um património riquíssimo”, tivessem desaparecido.

“Os restantes vão-se mantendo com muita dificuldade, com redução de custos, adaptando-se à nova realidade. Neste momento, devido à reação tardia, está-se a assistir ao que é óbvio para quem está no meio: a imprensa tradicional vai continuar a perder leitores”, declarou.

O jornalista entende que existe atualmente um “público bastante fragmentado”, com duas faixas inexistentes anteriormente: os pais e avós que ainda recorrem ao papel e os filhos e netos, uma geração que “já abdicou completamente” da informação impressa e está num “mundo completamente digitalizado”.

“Defendo uma simbiose entre os dois lados: por um lado, mantendo-se o papel mas, ao mesmo tempo, apostando também nestas novas plataformas”, afirmou o jornalista, que admite ser difícil investir quando as empresas estão descapitalizadas, mas referiu que a alternativa "é acontecer o que se passou" com o Diário de Notícias, que passou a edição diária na Internet e, em papel, uma vez por semana.

Considerando que o “maior capital do jornalista é a sua credibilidade”, Osvaldo Cabral está convicto de que, após o surgimento das redes sociais e das ‘fake news’, se assiste atualmente a uma “espécie de reconversão do jornalismo”.

“A reabilitação do jornalista está a acontecer porque, passados todos estes anos, as pessoas já perceberam que precisam muito de uma espécie de regulador a quem possam recorrer para apurar a verdade dos factos”, considerou.

O livro, com prefácio do professor da Universidade de Brown Onésimo Teotónio de Almeida, representa o pensamento de um jornalista com 40 anos de carreira que começou na imprensa e assumiu a direção de alguns títulos e da RTP/Açores, tendo sido ainda correspondente da agência Reuters e do semanário Expresso.


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