Autor: Lusa/AO online
A administração do Público enviou hoje uma carta aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, na qual fala nas dificuldades de viabilidade que o jornal enfrenta e na necessidade de reduzir custos, o que passa por um programa de rescisões voluntárias.
“Para o efeito, e num primeiro momento, convidamos os nossos trabalhadores e outros colaboradores a avaliarem e decidirem da oportunidade de cessação da respetiva relação contratual, por acordo e em condições financeiras mais favoráveis do que as previstas na lei”, lê-se do documento, que acrescenta que os trabalhadores podem aderir ao programa de rescisões até 06 de janeiro, sendo objetivo da empresa concluir esse processo até ao dia 15.
As rescisões, refere a administração, serão feitas “em condições financeiras mais favoráveis do que as previstas na lei”, sendo que ao jornal caberá avaliar se interessa cessar contrato com o trabalhador tendo o “previsível impacto sobre a organização” dessa cessação de vínculo laboral.
A carta diz ainda que, uma vez que a necessidade de reduzir custos com pessoal é um “objetivo inelutável”, a empresa “não põe de parte a necessidade de recorrer a outras medidas para cumprir o mesmo propósito, caso a execução do plano agora dado a conhecer não atinja dimensão adequada às necessidades de reestruturação”.
Essas medidas “terão natureza e condições a definir em cada momento, sendo previsível que se traduzam em vantagens inferiores às proporcionadas pelo plano que agora se dá a conhecer”, referem.
Outra das medidas que vão avançar desde já é "o termo da publicação impressa da Revista 2 prevista para o início do próximo mês de janeiro", com a administração a dizer que a poupança conseguida não é suficiente, motivo pelo qual se vê "por isso forçada a prosseguir com a restruturação do Público, para obter também redução de custos com pessoal".
Segundo a administração do jornal Público, que é detido pela Sonaecom, a reestruturação feita há três anos foi uma “decisão acertada” e, após o lançamento de sistema de ‘paywall’ (ferramenta que protege e restringe acesso a conteúdo; no caso do Público ao fim de algumas visualizações o leitor tem de pagar para ver as notícias na totalidade), houve a triplicação do número de assinantes para a média de 12,5 mil assinaturas em 2015.
No entanto, diz, a venda de conteúdos digitais ainda é “largamente insuficiente para compensar a quebra de vendas em banca”.
Já sobre a publicidade, fonte de receita fundamental do jornal, a administração refere que as “receitas com a publicidade digital têm crescido, mas a ritmo inferior ao necessário para compensar a quebra nas receitas da edição em papel”.